"Um vazio completo". É assim que Regiane Cristina Rodrigues da Silva define os 365 dias da perda do sobrinho, João Pedro Rodrigues da Silva, de 18 anos. No início da manhã do dia 22 de janeiro de 2017, ele foi atropelado por um carro na avenida Leste Oeste enquanto retornava para casa. A vítima, que estava de bicicleta, teve que ser socorrida por pessoas que presenciaram o acidente. O motorista do Vectra foi identificado como Marcos Gelinski. Ele fugiu após a violenta colisão.
Bastante machucado, o rapaz foi encaminhado às pressas por socorristas do Siate à Santa Casa, onde faleceu dias depois por causa do grave traumatismo craniano. Desesperados, os familiares de João tinham poucas informações do homem que provocou a batida. Eles até chegaram a confeccionar um cartaz para alertar os pedestres que passavam pela movimentada avenida da zona oeste de Londrina.
Mas foi através de um texto curto disparado via WhatsApp que Gelinski foi localizado. Preso, ele confessou ao delegado de plantão na época, Ernandes Alves, que havia ingerido dois litros de "pinga". A respeito do acidente, o acusado alegou que "bateu em algo que não soube identificar. Só vi o amassado do carro quando cheguei em casa".
Três dias após ser detido, Gelinski foi solto e hoje é monitorado por uma tornozeleira eletrônica. Ele tem que cumprir algumas medidas da Justiça, como a proibição de dirigir, frequentar bares e estabelecimentos semelhantes, além da obrigação de permanecer na própria residência entre 18h30 e 7h.
"O João só falava em estudar. Ele sonhava com um futuro brilhante, que acreditava em vencer na vida e ajudar a família. O que ele mais gostava era bater uma bolinha com os primos e jogar vôlei aos domingos com os amigos do grupo da Igreja Católica do jardim Bandeirantes, que frequentava aos sábados", afirmou Regiane.
Atualmente, João morava com a tia na rua Saturno, no jardim do Sol, próximo ao local do acidente. Ele perdeu a mãe quando tinha oito anos de idade por conta de um problema de saúde. Os dois irmãos, que moram em Curitiba, mantinham contato constante com o jovem. "Espero que a justiça seja feita e ele (Gelinski) fique atrás das grades".
Procurada pelo blog, a advogada de Marcos Gelinski, Kauane Guerra Mazzia, não quis conceder entrevista. A primeira audiência do caso, quando o réu deve ser interrogado, está marcada para o dia 5 de fevereiro, às 14h, na 1ª Vara Criminal.