A juíza substituta Deborah Penna achou melhor transferir o interrogatório do soldado Marcelo Bonfim Ledo, 38 anos, para o dia 23 de março, às 14h15, no Fórum de Londrina. Nesta segunda-feira (19), havia a expectativa do policial militar dar seus esclarecimentos sobre a morte de Everson Gomes, 28, em março do ano passado, em Tamarana (50 km de Londrina), mas a oitiva foi adiada porque a esposa da vítima não compareceu à 1ª Vara Criminal, onde também seria ouvida.
O advogado Guilherme Cavalcanti, que defende o PM, não quis se manifestar. Em março, a Justiça vai colher os depoimentos de três militares lotados no 5º Batalhão. Além do homicídio de Gomes, Ledo é acusado de cometer o mesmo crime contra 14 pessoas. Cinco dos casos viraram ações penais, a maioria apresentada pelo promotor Ricardo Domingues. Procurado, ele afirmou que estava ocupado e não poderia atender o blog.
Policial há aproximadamente dez anos, Marcelo Ledo está afastado das ruas desde 2012. Atualmente, ele cumpre pena em Curitiba. Na época, ele afirmou ter sido vítima de um atentado planejado por criminosos entre Londrina e Tamarana. O soldado levou alguns tiros, mas sobreviveu. Conforme a Delegacia de Homicídios, Gomes foi morto em frente à sede da prefeitura da cidade, na região central. Ele levou três tiros na cabeça.
O servidor teria sido reconhecido pela esposa do rapaz. Questionado durante o inquérito policial, Ledo afirmou que a mulher foi coagida para denunciá-lo como autor do crime.
Depoimentos
Mesmo sem a declaração do réu, a Justiça ouviu nesta segunda um investigador que atuou na DH e Jhonatan de Oliveira Ferro, que teria sido um dos alvos do PM. A situação envolvendo o rapaz aconteceu em maio do ano passado. Para o Ministério Público, a tentativa de homicidio contra Ferro tem conexão direta com o crime praticado contra Gomes.
"O autor dos disparos estava em um Gol branco. Era o Marcelo Ledo. Ele estava de boné e abaixou o vidro do carro, quando acabei o reconhecendo", disse a testemunha. Ferro, que já foi preso por roubo, ponderou que "nunca teve problema com o policial" e que "apenas conhecia Gomes de vista".
"O Gol aparecia pra fazer os crimes e sumia. O Marcelo tem um carro preto também", completou.