Na manhã desta terça-feira (23), passaram por audiência de custódia os dois suspeitos presos pela Polícia Militar no envolvimento do latrocínio do subtenente Ernani Euzébio da Silva, 55 anos, registrado na semana passada. A Justiça optou em manter a prisão preventiva decretada na última sexta pelo titular da 4ª Vara Criminal de Londrina, Luiz Valerio dos Santos. No despacho, o juiz disse que necessitava "perceber se a comunidade está abalada com a crescente banalização da violência e com o aumento das infrações penais, sob a pena de incorrer na função do desprestígio e total descrédito".
Um dos suspeitos foi identificado como Helio Junior da Silva Campos. O advogado dele, Alessandro Rodrigues, garantiu que irá entrar, em regime de urgência, com pedido de revogação da preventiva na 4ª Vara Criminal. "Juntei a documentação necessária para fundamentar que não há indícios de autoria do meu cliente, muito menos na participação neste crime". Se o pedido for indeferido em primeira instância, o defensor informou que irá impetrar um habeas corpus no Tribunal de Justiça.
De acordo com a Polícia Civil, o subtenente Silva morreu após ser atingido por disparos de arma de fogo enquanto estava na casa do vizinho, na rua Irene Perine Acquarole, no jardim Santa Alice, região leste. Para a Polícia Militar, Campos seria o dono do carro usado na fuga dos suspeitos, um Ômega, e fornecedor do revólver 38 utilizado no latrocínio. As investigações apontaram que o PM aposentado não teria notada a presença de uma terceira pessoa na residência, sendo que esta teria baleado a vítima.
"Ele (Helio) nunca foi proprietário da arma e do veículo. Não há fundamento nessas acusações. A polícia chegou ao primeiro suspeito, que teria denunciado o nome do suposto comparsa, o que, ao meu ver, pode ser contestado. Naquela situação e cercado de policiais, o rapaz falou o que a PM queria ouvir. Foi por isso que chegaram ao Helio", opinou Rodrigues.
Em agosto do ano passado, o jovem ganhou benefício de cumprir pena em regime semiaberto por ter cometido um roubo. Desde então, Campos passou a ser monitorado por uma tornozeleira eletrônica. "Ele não desrespeitou o limite estabelecido pela Vara de Execuções Penais. Se analisarmos os autos, não há nenhum descumprimento", afirmou o advogado.
Procurada pelo blog para comentar as críticas a respeito da abordagem policial, a assessoria da Polícia Militar repassou que "as denúncias devem ser feitas na Corregedoria ou em qualquer quartel da corporação. É necessário representar contra os agentes que supostamente cometeram os abusos".