Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade

Memórias

01 out 2009 às 09:00
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade
Quem, assim como eu, tem o hábito de manter o rádio ligado o tempo todo já ouviu uma música da Pitty em que ela pede para o cara não esperar ela ir embora para descobrir que a adora e que ela é foda. A música é super bacana e me fez pensar que, infelizmente, às vezes a gente só percebe o quanto alguém é ótimo depois que a pessoa sai das nossas vidas.
Foi aí que me lembrei do Pedro.
Nós fomos colegas de trabalho por cerca de dois anos há um tempo e quando nos conhecemos ele tinha namorada. Por esse motivo e por ele ser muito ``bicho-grilo´´, seguimos sendo amigos (descobri depois de algumas tentativas que esse tipo de cara não é pra mim. Não gosto de acampar, ver show de reggae, usar havaianas pra sair à noite, deixar o cabelo despenteado...). Também nunca percebi nenhum interesse dele, mesmo depois que o namoro acabou.
Mas não nego que achava o Pedro um homem bonito (se tirasse a sandália surrada e aparasse a barba), além de inteligente e bastante gentil. Um dia falei isso para uma colega de trabalho, completando que nunca tinha percebido dele nenhum interesse por mim. Ela disse:
- Tenho certeza que ele já olhou para vc com outros olhos...
- Como assim?
- É... Garanto que o interesse existe.
Mas bichos-grilo são mais paz do que amor (no sentido carnal da palavra) e o Pedro não demonstrava nada. Então eu esqueci a conversa com a amiga (até porque estávamos apenas naqueles papos tipo: quem vc pegaria aqui da empresa (hipoteticamente)?). Continuei tratando o Pedro apenas como colega (apesar de ter começado a achar o corpo dele bem bacana e notar que ele tinha um cheiro muito bom para um bicho-grilo!).
A minha surpresa foi quando ele me ligou no final de uma sexta-feira, cerca de umas duas semanas depois de nos encontrarmos em um bar e trocarmos meia hora de conversa.
- Oi. É o Pedro...
- Oi! Tudo bem?
- Tudo... Vc tá em casa? Pensei em passar aí...
- (Hã?) Tô... Passa aí...
- Beleza. Daqui meia hora eu apareço.
Tanto não estava interessada por ele que nem corri para tomar banho ou escovar os dentes e passar aquela maquiagem invisível mas que faz maravilhas com a gente. Esperei ele aparecer sem nenhum afobamento.
O Pedro chegou, entrou, sentou na sala comigo e começou a falar. Conversamos sobre coisas banais, como cinema, viagens, música, tecnologia, notícias. Conversamos tanto que ele perdeu a hora. Tinha que buscar um amigo na rodoviária e já estava meia hora atrasado. Ele saiu correndo e não rolou nada naquela noite, além das quase quatro horas de conversa sensacional. Mas quando eu fechei a porta, me vi completamente fascinada por ele.
Acho que eu até toparia acampar só para ouvir ele falar, e pensando bem, reggae não é tão cansativo assim...
Mas a coisa nunca rolou, e nem teria como. Na noite que foi até minha casa o Pedro me contou que estava indo embora para outra cidade, fazer mestrado (ele gosta de estudar!!! Não é o máximo!?).
Como bom bicho-grilo que é, ele não tem e-mail, orkut nem celular. Ou seja, eu não tinha como saber por onde ele andava.
Até hoje não sei do Pedro... e também não entendo o motivo da visita dois dias antes de viajar.
Lição aprendida: não deixar que a aparência seja o único motivo para julgar (até porque um banho de loja é sempre possível!!!)
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade