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Em apenas 8 anos PEL 2 foi para o brejo

09 out 2015 às 11:04
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Em outubro de 2007, quando a PEL 2 ainda tinha o nome de "Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina", passei um dia lá dentro.

Fazia seis meses que a unidade fora inaugurada. Abrigava 860 detentos, os quais utilizavam mais de 300 preservativos por semana e escreviam em torno de 2,4 mil cartas por mês.

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O alto número de cartas mostra que os celulares ainda não prevaleciam na unidade prisional. Para se comunicar com as famílias, só utilizando o bom e velho papel.

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Naquela minha visita, constatei que somente 64 portões tinham fechaduras elétricas. Outros 289 dependiam de cadeados. Pelo jeito, o número de portas elétricas não se ampliou, dada a facilidade dos detentos para tomarem a cadeia inteira na recente rebelião.

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Chamou a minha atenção o fato de os presos produzirem centenas de bilhetinhos, que eles chamavam de pipos, e entregavam a todo momento aos agentes penitenciários. Os tais pipos eram pedidos dos presos, endereçados ao diretor da unidade, ao chefe de segurança, ao juiz da Vara de Execuções Penais.


Quem separava os pipos para a distribuição era um cara condenado a mais de 70 anos de reclusão, assaltante. Trabalho que ele me disse gostar de fazer.

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Naquele dia, saí de lá com uma boa impressão da cadeia. Infelizmente, em apenas oito anos, tudo foi perdido. O governo estadual transformou celas de isolamento em celas coletivas, com a finalidade de ampliar as vagas, em detrimento da segurança, e não houve investimento em melhorias. Tudo foi se sucateando rapidamente.


O descaso do poder público, a inércia, a falta de competência e outras coisas mais fizeram com que a PEL 2 ficasse estacionada no tempo e só piorasse. Deu no que deu.

Assinantes da Folha de Londrina podem conferir a referida reportagem aqui:


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