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Meu rolezinho

16 jan 2014 às 21:07

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Só se fala em rolezinho nos shoppings. Matéria da Folha de S. Paulo, publicada no dia 15 de janeiro, mostrou que tudo começou quando adolescentes moradores da periferia da maior metrópole do Brasil começaram a marcar encontros nos famigerados centros de compra.

O objetivo inicial da moçada era arranjar alguém para beijar na boca e tietar ídolos teens com fama forjada na internet.

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Alguns dos moleques, só por serem descolados, chegam a ter 50 mil seguidores no Facebook. É isso mesmo, 50 mil seguidores, mesmo sem ser ator da Malhação, cantor de sertanejo universitário ou funk ostentação. Desculpe pela rima.

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Daí deu umas bagunças nos tais rolezinhos, o pessoal que trabalha e que frequenta os shoppings se assustou, rolou liminar na Justiça, a polícia entrou na história e o resto você já sabe.

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Tudo isso me fez lembrar que talvez eu e meus amigos também tenhamos feito, de alguma forma, o tal rolezinho. Tínhamos 14 ou 15 anos e não havia lugar melhor para meninos dessa idade paquerar em Londrina do que o Catuaí, único grande shopping da cidade na época.


Não marcamos o evento pelo Facebook. Internet era algo muito distante. As redes sociais de sucesso eram aqueles cadernos (de papel) de perguntas. Telefonamos uns para os outros. De telefone fixo. Fomos numa noite de sexta. Lembro-me de que estávamos em seis ou sete, mas nominalmente me recordo do Zumba, do Cueio e do Godines. Só nos tratávamos por apelidos.

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Os hormônios da adolescência nos pregam peças e nos fazem pagar micos. Com as bochechas cravejadas de espinhas e usando óculos que estavam mais para fundos de garrafas, eu não era alvo de olhares das meninas. Mas tinha um certo charme. Pena que elas não percebiam. Um tanto de timidez também me atrapalhava. Porém, naquela noite eu estava especialmente animadinho.


Mexi com algumas gurias nos corredores, fui correspondido com sorrisos; falava alto, agitava. Avistei o balcão de informações aos clientes, estava vazio e resolvi me passar por funcionário do shopping. Fui para o lado de dentro do tal. Meus amigos em volta. Algumas meninas começaram a se aproximar. Chamávamos as moças para receberem nossas informações e também para nos darem informações. Tipo: "quer ficar comigo?"

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A farra não durou mais que cinco minutos. Um segurança, destes dois por dois (dois metros de altura por dois de largura), se aproximou e pediu minha identificação de funcionário do shopping. Ele estava sendo irônico, é claro. Eu disse que não tinha. Gentilmente, com uma cara de quem poderia cometer um assassinato nos próximos segundos, ordenou que eu me retirasse dali e me comportasse feito gente, "não como um palhaço". Do contrário, eu seria convidado a me retirar.


As meninas saíram rindo da minha cara. Murchei. Acabou mal meu rolezinho. Desde então, desconfio que o pessoal dos shoppings não é muito chegado a agitos em suas dependências.

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Para quem se interessar, segue o link da matéria da Folha de S. Paulo à qual me referi. Algumas das fotos são do londrinense Eduardo Anizelli.
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/01/1397831-rolezinhos-surgiram-com-jovens-da-periferia-e-seus-fas.shtml


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