PROESIA
Vim como vêm os inquietos
Sobre os ombros o atlas íntimo
Ultrapassei mapas, universos...
Daqui, dali, catando caminhos
Andei entre ladrões, ricos, políticos,
Discípulo jamais, entretanto,
Vícios e amores muitíssimos
Embriagantes, errantes...
Jamais possuí e quando obtive
O que era meu reparti
As sementes em mãos livres
Semeadas sem desistir
Mas a vida tem outras faces
E dissimulou-me ela, uma delas
Caí na cilada urdida
Da face que revirou-me a vida
Fui perseguido, lutei...
Aos terríveis golpes, caí!
Atingiram-me as costas, urrei...
De raiva e dor: reagi!
Se os golpes que me levaram ao chão
Se ocultavam na covardia
Uma voz me estendeu a mão
Olhei, era a proesia.
Joaquim Simões.
Este poema faz parte do livro Sempres, lançado em Setembro/2014. O livro pode ser adquirido entrando em contato com o autor pelo Facebook: https://www.facebook.com/joaquimsimoesribeiro.ribeiro?fref=ts