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RELÓGIO CANSADO (Poema de Miguel Sanches Neto)

17 ago 2012 às 11:05

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São horas de parar
no relógio cansado do crítico.
A poesia só pode ser vista
do outro lado do vidro.

Nunca mais ler um poema
sem nenhum outro motivo
do que o de querer
provar de seu visgo.

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Maldição de só pensar
pela estrutura do artigo,
sem poder sentir livre
o que contém um livro.

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O poeta morreu lúcido,
catalogando delírios.

Poema sobre o exercício da crítica, de meu livro O pisador de horizontes, de Miguel Sanches Neto.


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