O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e principal celebridade da luta contra as mudanças climáticas, Al Gore, publicou nesta semana um texto intitulado "Manifesto para o Capitalismo Sustentável", no qual defende um novo modelo econômico para o crescimento mundial. "As ameaças para o planeta são extraordinárias: mudanças climáticas, escassez de água, pobreza, doenças, desigualdade econômica, urbanização, volatilidade dos mercados e outras mais. A iniciativa privada não pode fazer o trabalho dos governos, mas companhias e investidores podem mobilizar boa parte do capital que é preciso para vencermos os obstáculos que estamos enfrentando", afirma o manifesto.
O documento pede um capitalismo mais responsável, que abranja padrões ambientais, sociais e de governança. Segundo os autores, empresas que já adotam esse tipo de postura estão lucrando, enquanto as não compartilham essa visão estão fracassando - como a BP e o Lehman Brothers.
O manifesto recomenda cinco ações imediatas para o setor privado:
- Identificar e incorporar ao planejamento estratégico o real valor de recursos que podem variar drasticamente, como a água.
- Melhorar os relatórios e a comunicação, o que permite que empresários e investidores tomem decisões mais sábias na alocação de recursos.
- Eliminar as metas trimestrais de lucros, que impedem o planejamento em longo prazo.
- Alinhar estruturas de compensação com desempenho sustentável de longo prazo. A maioria das recompensas que as empresas utilizam enfatizam ações de curto prazo e falham ao não premiar iniciativas mais duradouras.
-Incentivar os investidores a reterem as ações das companhias por muitos anos. Se as empresas oferecessem recompensas para os investidores mais fiéis, isso diminuiria a volatilidade dos mercados.
"O capitalismo sustentável criará oportunidades e recompensas, mas também significa que devemos abandonar o modelo do curto prazo. Estamos passando por um momento crucial na economia e no meio ambiente globais, e a necessidade de mudanças nunca foi maior", conclui o manifesto.
Fonte: Redação TN / Fabiano Ávila,Instituto CarbonoBrasil