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Cooperação para cuidar de um bem precioso e escasso

10 abr 2013 às 10:12

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Implementar uma gestão compartilhada para a preservação dos recursos hídricos é a meta para 2013, declarado o Ano Internacional para Cooperação pela Água. A expectativa da Organização das Nações Unidas (ONU) é mobilizar governos, empresas, ONGs e sociedade civil em todos os níveis - local, regional, nacional e internacional - a cooperar pela água.

Essencial para a vida, a água é considerada pela Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433/97, um recurso natural limitado, de valor econômico, de domínio público e escasso. Por essa lei, a bacia hidrográfica é a unidade de planejamento e gestão, com a participação do poder público, dos usuários e das comunidades. Seus usos múltiplos devem ser garantidos, com prioridade para o consumo humano e dessedentação de animais.

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Pode parecer estranho falar em escassez, já que a superfície do globo terrestre é coberta por cerca de 70% de água. É que pouco mais de 2% está disponível para o consumo humano. Essa quantia, segundo a ONU, seria suficiente para toda a população mundial, de mais de sete bilhões de pessoas, viver satisfatoriamente. Entretanto, um problema significativo pode mudar o curso dessa história: a falta de qualidade!

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Atualmente, algo em torno de 11% da população do planeta, cerca de 780 milhões de pessoas, não tem acesso à água potável. Destas, 37% moram em lugares onde não há esgoto. Segundo relatório de 2012 da Agência Nacional de Águas (ANA), somente 46,2% dos brasileiros tem acesso à coleta de esgoto. Sem falar no nível de tratamento.

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E o despejo de efluentes sanitários é apenas uma das principais fontes de poluição dos recursos hídricos. Nas áreas rurais, por exemplo, o uso intensivo de agrotóxicos, a falta de matas ciliares, erosão e assoreamento acabam com saúde dos cursos d’água.


Outro vilão ainda é o famoso desperdício. A cada 100 litros de água coletados, apenas 64 chegam às residências brasileiras. Mesmo na realização de tarefas cotidianas como escovar os dentes ou tomar banho, cada brasileiro poderia demandar diariamente cerca de 50 litros, mas na realidade consome aproximadamente 187 litros!

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No contexto do ambiente urbano, o asfalto que toma conta das cidades não só interfere na paisagem dos grandes centros, mas também ocasiona a perda de água – em quantidade e qualidade. Isso porque, quando asfaltada, uma área que antes iria absorver a chuva e alimentar os lençóis freáticos, se torna impermeável. Durante as chuvas, a água é direcionada aos bueiros e galerias pluviais e carrega para os rios toda a sujeita urbana, um caldo de poluição difusa.


Por isso, no Brasil, onde se concentra 11,6% de toda água doce do mundo, adotou uma visão ampla a Lei 11.445/2007, a Política Nacional do Saneamento Básico, que englobou o fornecimento de água potável, a coleta e o tratamento de esgoto, o manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana e drenagem de águas pluviais, todos considerados serviços públicos essenciais que integram o direito fundamental ao saneamento básico.

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Entretanto, a carência de políticas eficientes de gestão de recursos hídricos e de saneamento no país, além, da ineficiência das empresas responsáveis por esses serviços, levam a especialistas alertarem para a previsão de que mais da metade dos municípios brasileiros podem ter dificuldades com o abastecimento de água nos próximos anos.


É por essas e outras que a integração da sociedade por essa causa é tão relevante. Como direito básico do ser humano, a água deve ocupar posição prioritária nas decisões empresariais, governamentais e nas discussões a nível mundial.

Individualmente, cada sujeito é capaz de modificar a realidade em que vive, por mais simples e cotidiana que possa parecer a sua atitude. A cooperação pela água pode significar desde reservar uma área gramada nas construções a adotar o sistema de captação de água da chuva. Esses comportamentos podem contribuir para a conservação dos recursos hídricos.


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