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Nuvens de chuva levam o maior rio do país para várias regiões do Brasil

06 mai 2014 às 09:54
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O maior rio de todos é tão grande que arrasta para a região mais habitada do Brasil, um volume de água maior até que o rio Amazonas.

Entre 2008 e 2012, o piloto Gerard Moss, junto com pesquisadores, sobrevoou diversas regiões do país, principalmente a Amazônica. A missão era recolher amostras de vapor de água das nuvens e traçar os caminhos dos que os cientistas chamam de rios voadores.

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"A gente coleta um gota de água, dois ou três milímetros, e a gente pergunta: essa gotinha vem de onde? Aqui estamos em Brasília, por exemplo, essa gotinha tem traçado, um DNA", explica Gerard Moss.

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O rio voador nasce no Oceano Atlântico, próximo a Linha do Equador. Com a evaporação das águas, as nuvens se formam. Os ventos sopram a corrente de ar carregada de umidade para a região amazônica, onde provoca chuva. A água cai no chão da floresta e evapora rapidamente, formando mais nuvens que seguem para o oeste até serem barradas pela Cordilheira dos Andes. As nuvens acompanham o contorno das montanhas, fazem uma curva, e seguem em direção ao centro-oeste, sudeste e sul do país.

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Esse rio voador é responsável pelas chuvas que caem nessas regiões entre os meses de dezembro e março, mas este ano, a circulação desses ventos foi diferente. A chuva durante o verão ficou abaixo do normal no sudeste e no centro-oeste. Enquanto isso, em parte da região norte, o volume de água ficou muito acima da média, provocando a cheia de alguns rios.


A meteorologista do INMET, Márcia Seabra, explica que o que interrompeu a corrente do rio voador este ano foi um sistema de alta pressão atmosférica. "Normalmente esses ventos ficam apontados para essa região aqui durante o verão. Só que nesse período a gente estava com essa circulação aqui muito forte, que a gente chama de alta subtropical do Atlântico Sul. É uma massa de ar quente e seco, ela deveria estar posicionada um pouco mais para o oceano, mas nesse verão ficou próxima do continente e acabou impedindo que esse jato ficasse mais posicionado para essa região. A gente teve pouca chuva. As temperaturas ficaram muito elevadas".


Antônio Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e um dos idealizadores do projeto, explica que os rios voadores também são responsáveis pela abundância de água no pantanal mato-grossense e também dos estados do sul e sudeste. Se o rio voador não existisse, provavelmente essas áreas seriam desertas. "A floresta amazônica chega a ter de 400 a 600 bilhões de árvores cada um transpirando. Ela transfere durante um dia 20 bilhões de toneladas de água para se ter uma noção do que é isso rio Amazonas, que é o maior rio da Terra, ele coloca 17 bilhões de toneladas em um dia, de fluxo".

Eles reforçam a importância das florestas para a existência desses rios voadores e consequentes chuvas. O desmatamento afeta a agricultura, a produção de energia na região mais habitada do país. "É um dia importante para se lembrar que temos que ter o uso racional da água, claramente, mas também temos que preservar nossas florestas, porque uma parte dessa água que beneficia a gente vem da floresta em pé".
Fonte:G1


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