A vontade que dá, convenhamos, é incontrolável, muito difícil de resistir. Afinal, coçar (ou mesmo cutucar) o ouvido é uma reação natural a algo que está nos incomodando, lá dentro do canal auditivo.
É assim, aliás, com todo tipo de prurido que sentimos pelo corpo. Imediatamente nós queremos cessar a aflição que sentimos, num ato-reflexo, quase sempre impensado.
O problema, nesse caso, é que, por se tratar de uma cavidade muito estreita, profunda e de acesso bastante limitado, a gente costuma recorrer a instrumentos nada recomendáveis para alcançar esse “objetivo”.
Leia mais:
Motorista de 31 anos morre no hospital após bater carro em pinheiro no Norte Pioneiro
Lei de IA é aprovada no Senado com previsão de remuneração de direitos autorais
Cataratas do Iguaçu têm vazão de sete milhões de litros de água por segundo
Polícia Civil deflagra operação contra tráfico de drogas no Noroeste do Paraná
E aí, justamente, é que acontecem boa parte dos casos envolvendo danos no aparelho auditivo, conforme explica Bruna Assis, otorrinolaringologista do Hospital Paulista - referência em saúde de ouvido, nariz e garganta.
"O uso de objetos perfurantes/pontiagudos são sempre um risco para a saúde do ouvido, pois podem causar traumas locais, sangramentos e infeções, além da impactação e obstrução da orelha externa por cerume", alerta a médica.
A maior preocupação, segundo ela, é com possíveis perfurações da membrana timpânica - ou seja, da estrutura que transmite o som do ar e, consequentemente, nos faz escutar. "Dependendo da gravidade, o paciente pode necessitar de intervenções cirúrgicas ou, até mesmo, ter perdas auditivas permanentes.”
COM O DEDO
A médica destaca que até mesmo o manuseio com o dedo pode representar sérios riscos. Isso porque o vácuo eventualmente produzido pode provocar impactos no interior do ouvido.
"Tudo que pode gerar vácuo em nosso conduto auditivo externo aumenta o risco de lesões e lacerações de membrana timpânica, pois é uma película fina e muito sensível. Além disso, a realização desse ato pode causar dor ao paciente, sensação de ouvido tampado e até sangramentos, o que demandaria atendimento otorrinolaringológico imediato para reduzir danos e complicações posteriores”, alerta a especialista.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: