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Balança do agronegócio registra recorde de US$ 9,1 bi

Bonde, com informações da Agência Brasil
04 jul 2003 às 08:55

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Apesar dos juros elevados e do fraco crescimento da economia brasileira, a agricultura vem conseguindo registrar resultados recordes neste ano.

Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Universidade de São Paulo, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor apresentou nos quatros primeiros meses do ano o melhor resultado da história: um crescimento de 9,22%, em relação ao mesmo período do ano passado.

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A balança comercial do setor também registrou um resultado positivo recorde. Nos cinco primeiros meses do ano, o saldo positivo do setor alcançou US$ 9,13 bilhões – US$ 11 bilhões em exportações e US$ 1,9 bilhão em importações. O resultado é 40,6% maior que registrado no mesmo período do ano passado.

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Entre os principais motivos do incremento, estão as taxas de câmbio, o aumento dos preços internacionais das "commodities" e a safra recorde de grãos, que este ano poderá ultrapassar as 115 milhões de toneladas, segundo o Ministério da Agricultura.

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O aumento dos investimentos no setor e as apostas na soja também pesaram no resultado. Produtos como carnes bovina e de frango, madeira e celulose também ajudaram a puxar o crecimento.


"A economia brasileira está passando por uma situação bastante fraca de desempenho. Esse desempenho poderia ser muito mais comprometido não fosse a elevada taxa de crescimento do PIB da agricultura", disse o chefe do Departamento Econômico da CNA, Getúlio Pernambuco. Segundo ele, o setor rural avança com mais vigor que a média da economia.

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Apesar do desempenho positivo, especialistas do setor estimam o quase esgotamento da capacidade de crescimento das exportações agropecuárias por causa de um provável descompasso entre oferta e demanda.


"Para exportar cada vez mais é necessário ter mercados. Mas infelizmente as negociações internacionais que estão em cursos para abrir novas oportunidade não estão tendo sucesso", disse o chefe do Departamento de Comércio Exterior da CNA, Antônio Donizeti Beraldo.

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Segundo ele, a falta de avanços quanto à Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e Organização Mundial do Comércio (OMC) podem levar o setor a crescer menos no próximo ano. "A agricultura tem aumentado significativamente. Mas os mercados agrícolas mundiais ainda estão muito fechados", enfatizou.


Mesmo com as estimativas de possibilidade de diminição da renda dos produtos rurais brasileiros, as perspectivas para o setor são otimistas.


Estimativas da CNA e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) projetam um crescimento de 5,3% para o PIB agropecuário e um novo resultado recorde para as exportaçõesícola do setor: até o fim deste ano, o agronegócio poderá trazer ao país mais de US$ 28 bilhões em divisas – resultado que deverá ser 11,4% maior que o de 2002, quando o agronegócio registrou US$ 24,8 bilhões em exportações.

"Pelo terceiro ano consecutivo é justamente a agricultura que está liderando o crescimento no Brasil", concluiu Pernambuco.


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