Organizar e sistematizar as ações tanto da iniciativa privada quanto do poder público no sentido de diversificar as formas de geração de energia e ordenar as novas obras elétricas necessárias para amenizar a crise, sem prejudicar o meio ambiente. Este é o principal objetivo da Câmara Técnica de Energia do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), criada nesta quarta-feira em Curitiba.
O chefe da Casa Civil da Presidência da República e Coordenador da Câmara de Gestão da Crise Energética, o ministro Pedro Parente, que palestrou durante a solenidade de criação da câmara, informou que daqui, no máximo, um ano, a energia produzida pelas termelétricas estará em funcionamento. "Com isso, esperamos que em 2003 a necessidade de redução de consumo seja de no máximo 5% e não de 17% por ano como acontece atualmente", disse.
O ministro ainda informou que o Senado aprovou projeto de lei que regulamenta o uso da energia de eficiência sustentável. Disse que a região Sul é a maior transmissora de energia para o Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, onde há racionamento.
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A Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica) é a única empresa paranaense que compõe a câmara, informou o coordenador do CEBDS, Antonio Pinheiro. "Desenvolveremos atividades no setor energético conforme os moldes da privatização. Buscaremos o equacionamento e licenciamento das fontes geradoras de energia, principalmente das termelétricas. Isso porque, 50 novas usinas deste setor estão com dificuldades para se instalar porque não conseguem o licenciamento ambiental por conta da burocracia e da pressão dos ambientalistas", contou.
Segundo Pinheiro, só no Estado de São Paulo, 49 termelétricas estão há mais de seis anos impedidas de entrar em funcionamento. "Lá os ambientalistas promoveram uma "guerra santa" contra as termelétricas. Mas a matriz geradora de energia é o gás natural e não o óleo, por isso não polui", justificou.
O CEBDS, criado em 1997, é composto por 43 organizações dos mais diversos setores da economia. É a entidade brasileira que lidera os esforços para a criação do desenvolvimento sustentável no Brasil. Tem como objetivo, firmar compromissos internacionais para a redução de emissões de gases que produzem o efeito estufa.
A câmara foi criada durante o encontro anual do Conselho Empresarial. Na criação da câmara aconteceram debates sobre o sistema de desenvolvimento sustentável - que visa conciliar as necessidades econômicas, sociais e ambientais sem comprometer o futuro destas demandas.