As fornecedoras que dependem diretamente da Chrysler para manter suas linhas de produção aguardam com ansiedade uma definição mais concreta da montadora sobre seu destino no Brasil. O anúncio de que haveria a interrupção da fabricação da picape Dakota, em Campo Largo, pegou de surpresa todas as 26 empresas paranaenses, paulistas e mineiras que trabalham para a Chrysler. Elas devem definir nas próximas semanas se manterão a estrutura atual de maquinário e de pessoal. Até agora não houve opção por demissão.
As três fornecedoras que estão na Região Metropolitana de Curitiba são as que mais sofrerão impacto com a medida da Chrysler. Elas se instalaram próximas da fábrica para fazer o atendimento "just in time" (na hora em que a montadora requisitar). São a Detroit, a Dana e a Lear. As demais fornecedoras são de São Paulo e não sofrem o impacto direto, pois fornecem peças e componentes para várias empresas do setor automotivo.
Ao contrário, a Detroit depende exclusivamente do bom desempenho da Chrysler. A fábrica de motores fornecia para a unidade de Campo Largo e também para a de Córdoba (Argentina), onde a Chrysler fechou as portas.
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As declarações dadas ontem pelo Ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, aumentaram a esperança de que a Chrysler ficará no País. "Eles vão continuar investindo no Brasil", afirmou o ministro, ao dizer que obteve a garantia da direção da montadora. Tápias disse ainda que a diretoria informou que "está longe a idéia de paralisar os investimentos".
A empresa, no entanto, não prestou muitos esclarecimentos aos fornecedores. "Foi uma surpresa geral. Agora, começamos a manter contato com a Chrysler para entender melhor o processo dela no Brasil", afirmou ontem o diretor-geral da Detroit, Adolfo Soifer. Ele disse que a empresa tem planos de buscar novos clientes e redirecionar os negócios para fornecer a outras montadoras. A decisão será da matriz italiana.
A Lear do Brasil pretende se pronunciar somente na próxima semana. Com 50 funcionários, a Dana informou que não tem planos de fechar ou demitir. A fornecedora de chassi passará a vender para a Mercedes Benz. A empresa se mudou de Curitiba para Campo Largo para concentrar investimentos. Ela fornece também para a Volvo. "Ainda este ano produziremos eixos diferenciais para a Mercedes", informou o gerente de Marketing, Luciano Pires.