A Companhia Paranaense de Gás (Compagás) pretende ampliar sua rede de gás canalizado para levar o produto para o litoral paranaense e para os municípios de Telêmaco Borba e Arapoti, região papeleira do Estado. A proposta de levar a tubulação até Paranaguá já foi encaminhada para o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e aguarda parecer da viabilidade operacional. O projeto para a região das indústrias de papel está em fase de estudo.
O anúncio da ampliação da rede, que já tem 250 quilômetros, foi feito durante evento para comemorar a chegada do gás natural no município de São José dos Pinhais (Região Metropolitana). A solenidade reuniu empresários e políticos na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
A viabilização do gás em São José dos Pinhais permite que as montadoras passem a operar com o novo produto, deixando o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), considerado mais poluente e menos seguro. "Com a mudança conseguimos eliminar o transporte dos cilindros de gás, o que representa mais segurança", afirmou a diretora de Assuntos Governamentais da Renault, Maria Elisa Paciornik. Com o gás natural, a montadora economizará 30% dos gastos com produção de energia.
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Tanto a Renault quanto a Volkswagen/Audi foram construídas para operar com o gás natural, mas provisoriamente tiveram de usar o GLP. O gerente de Recursos Humanos da VW/Audi, Adilson Zanoni, afirmou que a economia com a troca da fonte energética poderá ser de 20%. "Nosso consumo de GLP no ano passado foi de R$ 7 milhões. Economizar 20% representa muito", comparou. A montadora utilizará o gás natural para aquecer água e estufas utilizadas na pintura dos veículos, além de aquecer o ambiente nas linhas de montagem no inverno.
As duas montadoras consumirão em torno de 40 mil metros cúbicos ao dia, passando a ser as maiores clientes da Compagás. Hoje, a Compagás atende 37 empresas, que compram em torno de 225 mil metros cúbicos de gás da Bolívia. "A expectativa é ter 60 clientes, consumindo 500 mil metros cúbicos até dezembro", afirmou o presidente da Compagás, Antonio Fernando Krempel.
Segundo Krempel, o preço do gás ainda inibe o consumo. "Começamos a receber o gás da Bolívia num dos momentos mais desfavoráveis, pois o preço do barril de petróleo atingiu seu maior nível histórico. Agora, a situação começa a voltar ao normal", afirmou.