Um ecossistema sadio, uma força motriz de desenvolvimento e para a retomada do crescimento pós-pandemia. Responsável por cerca 15% do PIB do município, o setor da construção civil só tem a comemorar os resultados de duas pesquisas realizadas pela Brain Inteligência Estratégica a pedido do Sinduscon e Sebrae. Entre os números, destaque para os valores recordes para o VGV (Valor Geral de Vendas) no ano passado, que chega a quase R$ 2 bilhões e indicativos de um 2022 muito positivo, pelo menos até agora.
Para Marcos Kahtalian, sócio fundador da empresa responsável pela pesquisa, o que mais chamou a atenção na análise dos dados de Londrina, principalmente no ano de 2021, foi o desempenho muito forte e positivo dos lançamentos e vendas de apartamentos, um volume recorde de 3,9 mil novas unidades. “ O primeiro trimestre de 2022 já demostra um arranque nas vendas, com 1.143 unidades. Esse é o melhor trimestre dos últimos cinco anos e demonstra um crescimento e o aumento da demanda nos dois padrões principais de construção, aquele econômico e médio-alto”, afirma.
Para o especialista, os números também demostram um mercado ativo, com desempenho consistente em vendas, em um ritmo que supera até os dos lançamentos. “Na pesquisa de intenção de compra, também percebemos uma média mais alta do que em outras cidades brasileiras. Tudo leva a crer que a dinâmica populacional, o crescimento e desempenho das empresas do setor estão respondendo ao desafio de crescimento com um estoque saudável”, diz sem descartar um possível arrefecimento dos lançamentos e vendas no segundo semestre, por conta do período eleitoral. “Até o momento, Londrina tem se comportado muito bem”, comenta.
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O vultoso valor geral de vendas em 2021, o VGV, apontado pela pesquisa "Estudo do Mercado Imobiliário" e que diz respeito ao número de empreendimentos lançados por ano e unidades vendidas, bateu a marca dos R$ 1.856,9 bilhão, soma já superior ao resultado alcançado em 2020 que foi de R$ 1.242,5 bilhão. Só nos primeiros três meses de 2022, a cifra chega a R$ 243,9 milhões.
Para o presidente do Sinduscon, Sandro Nóbrega, os valores indicam que os empresários apostaram na demanda da cidade e do outro lado, os consumidores responderam à oferta. Estudos do setor apontam uma exigência de cerca 5,5 mil novas unidades habitacionais em Londrina a cada ano e é importante que o segmento seja capaz de atender a essa necessidade, evitando o déficit habitacional. “O setor tem trabalhado para suprir todas as demandas, não sem dificuldades, enfrentando a alta da matéria prima, a falta de lotes urbanizados, de áreas para condomínios e que possam ser verticalizadas. É preciso um mix de fatores para harmonizar o suprimento da demanda, uma harmonia com a infraestrutura da cidade. O setor público tem contribuído e pode contribuir muito mais para que dificuldades na aprovação de novos projetos sejam transpostas”, diz.
A pesquisa de estudo de mercado aponta que imóveis de padrão econômico representam mais de 50% das unidades vendidas no padrão vertical no primeiro trimestre de 2022. Geralmente, esse tipo de imóvel representa o primeiro investimento, um mercado onde a demanda é grande, mas que deve passar por alguma dificuldade por causa do aumento da inflação. No município, a verticalização ultrapassa os 20% ainda bem longe das casas, que representam 79,4%. A grande maioria é dona da própria moradia, com um índice de locação de 25%, mais concentrado nas regiões do Centro e Gleba Palhano, com 38,3% e 31,2% de domicílios ocupados por locatários, respectivamente.