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Consumidores não gostam de anotar telefone em cheque

Rosana Félix - Folha do Paraná
30 jul 2001 às 12:03

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A prática que os comerciantes têm de escrever dados do cliente no verso de cheques desagrada consumidores preocupados com a segurança pessoal, mas é um hábito que dificilmente vai ser mudado. A Associação Comercial do Paraná (ACP) defende o cadastramento alegando que o ato protege o consumidor. Já na Associação de Empresas de Garantia, Verificação e Informação de Cheques (Abracheque) o argumento é de que a medida é necessária para o comerciante não ter prejuízo. Até a Coordenadoria de Defesa e Proteção do Consumidor do Paraná (Procon-PR) diz que a prática deve continuar.

As reclamações que muitas pessoas apresentam sobre o hábito é que ela facilita o acesso de pessoas desconhecidas, muitas vezes ladrões, aos dados pessoais completos.

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O vice-presidente de Serviços da ACP, Élcio Ribeiro, diz que como o cheque já contém várias informações, como números da carteira de identidade e CPF, nome completo do emitente e data de abertura de conta, acha que mais alguns dados não vão fazer diferença. "Não vai ser o número de telefone ou o endereço, que é mais raro, que vai trazer problema", afirma.

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Ribeiro diz que os comerciantes têm sido orientados a anotar os dados para que o nome da pessoa possa ser cadastrado nos serviços de bancos de dados para os comerciantes, como o Videocheque, da ACP. Segundo ele, quando o nome da pessoa tiver que ser enviado ao Serviço de Proteção de Crédito (SPC) por falta de pagamento, a pessoa precisa ser informada.


Uma das alternativas para o comerciante fazer o cadastro é anotar os dados em um fichário, e não no verso do cheque. "Acho que os clientes, de uma maneira geral, estariam mais negativos para isso, porque demoraria mais tempo para completar", opina Ribeiro. O presidente da Abracheque, João Montenegro, tem a mesma opinião. "Os dados ficariam à disposição na loja por bastante tempo, enquanto o cheque, depois que ele é compensado e microfilmado pelo banco, é destruído", diz.

O cheque é uma concessão de crédito, e por isso o emitente precisa ser identificado corretamente, opina Montenegro. Ele conta que a Abracheque orienta os comerciantes a carimbarem o verso do cheque, requisitando certos dados, para padronizar a informação. "Quando um estelionatário vê que uma loja acata cheque de qualquer maneira, sem conferir dados, ele passa a informação a outros golpistas que passam a frequentar a loja", diz.


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