As exportações brasileiras de carne bovina devem fechar o ano com vendas de US$ 2,770 bilhões, de acordo com a estimativa do diretor-executivo da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne, Antonio Camardelli. Em outubro já houve redução de US$ 68 milhões. O setor espera perda de mais US$ 100 milhões em novembro.
Haverá, portanto, redução de US$ 230 milhões em relação à expectativa anterior, por causa do foco de febre aftosa em rebanhos do Mato Grosso do Sul, no início de outubro, e que já determinou a suspensão de importações de carne brasileira por 49 países.
Existe ainda possibilidade da doença também no Paraná, embora os resultados iniciais descartem esse diagnóstico. Entretanto, ainda não saíram os resultados do laudo conclusivo.
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Depois de uma reunião de cerca de duas horas no gabinete do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, da qual participaram outros representantes do setor produtivo de carne e autoridades sanitárias do governo, Camardelli disse que é necessário "agilizar ainda mais" as medidas adotadas no combate aos focos de aftosa.
"Só assim poderemos dar maior visibilidade externa sobre a seriedade da política de controle sanitário, para o país começar a reverter o que chamou de ‘efeito dominó’", afirmou Camardelli.
Ele sugeriu que autoridades sanitárias de outros países venham ver "in loco as medidas técnicas compatíveis com a situação" adotadas pelo Brasil, para mostrar que a "febre aftosa se circunscreve a uma área pequena de um país continental".
Ele avalia que alguns países são "mais cruentos e drásticos" a respeito da barreira sanitária e a usam, inclusive, como artifício comercial. Citou como exemplo o Chile, que provocou banimento total da carne brasileira sem sustentação técnica na Organização Mundial do Comércio (OMC) e na Organização Internacional de Episootias (OIE).
O representante dos exportadores foi o único a falar com a imprensa depois da reunião.