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Linhas de transmissão estão no limite

Vânia Casado - Folha do Paraná
03 jun 2001 às 17:18

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O sistema elétrico da região Sul do País, sem considerar a usina de Itaipu, tem capacidade para gerar 11.800 megawatts médios (MW). A geração efetiva, considerando a ocupação de 80% dos reservatórios, tem sido da ordem de 8.600 MW, cerca de 1.000 MW a mais que o consumo nos três estados do Sul, que é de 7.600 MW.

O excedente está sendo enviado para a região Sudeste e para isso as linhas de transmissão existentes estão operando no limite da capacidade. Ou seja, por enquanto, não dá para enviar mais energia, o que salva a região Sul da ameaça imediata do apagão.

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Apesar da situação mais confortável, o Paraná já começou a investir na diversificação das fontes de energia para enfrentar a necessidade de infra-estrutura para o crescimento econômico. O gás natural e a energia eólica (energia do vento) já é uma realidade no Estado. No ano passado começou a funcionar a usina eólica no município de Palmas, com capacidade para gerar 2,5 MW. A Compagás, distribuidora de gás natural do consórcio Brasil-Bolívia está fornecendo 200 mil metros cúbicos de gás natural para 20 empresas de Curitiba, Araucária, Balsa Nova e Campo Largo. Também está fornecendo gás para o abastecimento de carros em Curitiba.

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Mas ainda 90% da energia consumida no Estado é oriunda das usinas hidrelétricas. A capacidade de geração de energia da Copel no Paraná é de 4.545 MW, sendo que as maiores usinas, construídas no Rio Iguaçu, são a Usina Governador Bento Munhoz da Rocha Neto (Foz do Areia), que gera 1.676 MW de energia, a Usina Governador Ney Braga (Segredo), que gera 1.260 MW e a Usina de Salto Caxias, que gera 1.240 MW. No total são 18 usinas hidrelétricas e mais uma termelétrica, de Figueira, que está sendo redimensionada.

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O setor industrial consome 41% do total de energia gerado no Estado, através de 44.223 ligações. Em seguida, o setor residencial consome 26,3% da eletricidade distribuída, com 2.226.052 ligações. O comércio, com 242.115 ligações participa com 15,6% do total consumido. As propriedades rurais consomem juntas 7,2% do total distribuído, com 286.710 ligações. Os prédios públicos consomem 2,3% do total de energia, com 28.778 ligações. A iluminação pública usa 4,3% do total, com 3.840 ligações e os serviços públicos (estação de tratamento de água, centrais telefônicas, delegacias, presídios) consomem 3,1% da energia com 3.297 ligações. As 1.033 ligações próprias da Copel utilizam 0,2% do total de energia.


Além da energia gerada pela Copel, a usina de Itaipu tem potência instalada para gerar 12.600 MW e a geração de energia está alcançando 8.300 MW. Desse total, 1.800 MW correspondem à cota do Paraná, mas atualmente até esse volume de energia está sendo totalmente direcionado para a região Sudeste.

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Investimentos


A Copel planeja investir R$ 1,4 bilhão no período 2000/2003 em projetos de geração, transporte e distribuição de energia elétrica e também em telecomunicações. Os investimentos estão ocorrendo fora do Estado também. No total são 23 projetos de geração que o Paraná realiza dentro do Estado e também fora dele.

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A Copel tem uma participação de 23% na usina hidrelétrica de Dona Francisca, inaugurada recentemente no Rio Grande do Sul. A usina tem uma potência instalada de 125 MW. Outros empreendimentos com a participação da Copel estão em construção, como as usinas de Machadinho, com potência projetada para 1.140 MW e de Campos Novos, com potência de 800 MW. As duas usinas estão localizadas em Santa Catarina.


A UEG Araucária, termelétrica movida a gás natural, deverá entrar em operação até o final do ano que vem. Com isso, serão mais 469 MW que serão gerados. O gás que será utilizado pela termelétrica de Araúcaria será fornecido pela Compagás.

Para o primeiro semestre de 2002 está prevista ainda a entrada de mais 1.000 MW provenientes da Argentina, contratadas pela Copel. Em meados do mês passado, o governador Jaime Lerner formalizou a compra de 3.000 MW da Argentina, que deverá chegar ao Brasil em 2004. A energia será produzida numa central movida a gás, que será construída na zona franca de Puerto Iguazu.


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