O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Gelson de Azevedo, estará hoje em Paranaguá para intermediar uma negociação trabalhista entre os operadores portuários e os trabalhadores que atuam no terminal do Porto de Paranaguá. Serão feitas várias reuniões entre as partes para se tentar estabelecer um acordo que garanta reajuste nos percentuais pagos pelos serviços de estiva e de conferência, além de se definir critérios para a escalação de mão-de-obra.
A intermediação foi solicitada pelos operadores e trabalhadores para tentar encontrar uma solução para o impasse trabalhista. Os sindicatos dos estivadores e dos conferentes, descontentes com a política adotada pelos operadores, entraram com dissídio coletivo de trabalho no ano passado, após a data-base de 31 de agosto. O caso ainda está na Justiça do Trabalho.
Os dois lados não se entendem. Enquanto os operadores garantem que podem operar a movimentação de contêineres nos navios com dez pessoas, os estivadores asseguram que precisam de pelo menos o dobro. O presidente do Sindicato dos Estivadores, Ubirajara Maristani, disse que não é possível reduzir ainda mais a mão-de-obra em Paranaguá.
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O presidente do Sindicato dos Operadores Portuários, Edson Cezar Aguiar, reconhece que há um problema social em Paranaguá, caracterizado pelo excesso de oferta de mão-de-obra, que tem de ser levando em conta. Mas ele diz que não é possível trabalhar com um número muito elevado de trabalhadores. "Temos os custos portuários que são altos. A tecnologia reduziu a contratação de pessoal em todos os setores", avaliou. Ele disse que os portos estão se adaptando.
Há ainda a competitividade entre os terminais. "Portos eficientes tornam as exportações mais competitivas", comentou.
Os estivadores alegam que a pressão é grande sobre eles. O Órgão Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo), entidade responsável pela escalação dos trabalhadores, tem cadastrados 3,8 mil trabalhadores, que se revezam no serviço. Bastariam 1,1 mil, no máximo.
A presença do ministro do TST em Paranaguá abordará essas questões, mas as negociações podem não ser conclusivas. A esperança das duas partes é que se repita em Paranaguá o exemplo ocorrido em Salvador, onde, após a intervenção de Gelson de Azevedo, foi possível chegar a um entendimento. As reuniões começam às 10h30 e estão previstas para terminar às 18 horas.