O consórcio São Jerônimo, do qual faz parte da Copel com 21%, e a Construtora Triunfo farão três novas hidrelétricas no Paraná, nos próximos seis anos. O primeiro grupo venceu o leilão de concessão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para instalar a usina de São Jerônimo, no Rio Tibagi, entre Londrina e São Jerônimo da Serra. A Triunfo arrematou o direito de construir as usinas de Fundão e Santa Clara, ambas no Rio Jordão, entre os municípios de Candói, Pinhão e Foz do Jordão.
Individualmente, a Copel havia se pré-qualificado para a hidrelétrica Serra do Facão, em Goiás, mas o leilão foi vencido pelo Grupo de Empresas Associadas Serra do Facão que pagou R$ 37 milhões com ágio de 3.089,6%, o maior já registrado no setor elétrico. O consórcio é formado pelas empresas Alcoa Alumínio S/A, Companhia Brasileira de Alumínio, DME Energética e Votorantin Cimentos Ltda.
Todos os leilões da Aneel ocorreram ontem pela manhã na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, onde foram abertas propostas para oito novas usinas nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e Tocantins. A Aneel informou ontem que as novas hidrelétricas terão investimentos de R$ 3,5 bilhões e atingirão 24 mil habitantes.
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Entre as concessões que têm prazo de 35 anos, a do consórcio São Jerônimo foi a que pagou o menor ágio de apenas 0,81% sobre o preço mínimo de R$ 1,24 milhão. Dois assistentes da Copel Participações, Antônio Guetter e Miguel Angelo Salgado, representaram a empresa no leilão. Além da Copel (21%), o consórcio é formado pela Tibagi Energética (30%) e SJ Investors Ltda (49%).
O segundo maior ágio ficou para a usina de Fundão e Santa Clara. A Construtora Triunfo desembolsou 2.096% a mais do que o preço mínimo para ficar com o direito de fazer as hidrelétricas, que serão construídas num mesmo complexo. O reservatório delas irá alagar 1,6 mil hectares dos municípios de Candói (maior atingido), Foz do Jordão e Pinhão.
No caso da hidrelétrica de São Jerônimo deverá haver uma batalha judicial contra sua instalação. Ambientalistas, entre eles a ONG Ambiental Norte do Paraná, questionam a inundação de terras indígenas e alegam que falta a realização de audiências públicas para construir a usina. A Aneel ainda não definiu a data certa para a assinatura dos contratos com as empresas, quando começa a contar o período estipulado para construção das hidrelétricas.