"O que o governo fez foi uma safadeza, queremos uma CPI para investigar tudo de cima a baixo", foi como reagiu o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, ao anúncio do reajuste do pedágio no Estado. Ele disse que em nenhum momento uma planilha foi apresentada para comprovar a necessidade de aumento nas tarifas e que também poucas obras foram feitas. Meneguette contou que aguarda o resultado das ações que estão tramitando na Justiça pedindo a anulação das concessões. A Faep espera reunir todos os setores atingidos pelo reajuste para uma reunião ainda hoje.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná, Rui Cichella, disse que o setor se assustou com o aumento "absurdo". Ele disse que o Paraná tem um dos pedágios mais caros do Brasil e, ao mesmo tempo, estradas cada vez menos conservadas, como mostra a pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte. "Quem vai acabar pagando é a população, que está recebendo esse presente de grego pós-eleitoral", desabafou. Cichella disse que o setor vai analisar os contratos com as concessionárias para ver se o reajuste é viável.
"A oposição é que deve estar contente. Os eleitores não vão esquecer dessa falta de sensibilidade do governo do Estado", previu o presidente da Associação dos Usuários das Rodovias do Paraná e da Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar), Paulo Muniz. Segundo ele, o governo deveria ter ouvido todos os setores da economia, antes de definir qualquer reajuste. "Os caminhoneiros, que não têm poder de negociaçãode valor de frete, e a população vão sair perdendo", analisou.
Leia mais:
Prazo para adesão ao Profis 2024 entra na reta final; contribuintes podem obter descontos de até 70%
Hora trabalhada de pessoa branca vale 67,7% mais que a de negros
Londrina e Maringá se unem para fortalecer Tecnologia da Informação e Comunicação
Mercado de trabalho em 2025: saiba o que será exigido de empresas e profissionais
Os caminhoneiros preparam uma paralisação nacional no início do ano. A reunião que definirá a data será feita em 16 de dezembro, em Guarapuava. Segundo o presidente da Associação Paranaense do Movimento União Brasil Caminhoneiro, André Felisberto, a revisão das concessões é uma questão de sobrevivência para a categoria. Para ele, o vale-pedágio não resolve o prejuízo dos caminhoneiros, "ele não deve durar nem 15 dias, se não há tabelamento de frete". Felisberto acredita que o reajuste do pedágio vai afetar todos os setores da economia, principalmente os consumidores. "O governo está falindo o país", lamentou. (Colaborou Israel Reinstein)