A denúncia de que o Banco HSBC empregava policiais para realizar serviços de segurança e espionagem não se limita ao Paraná. Na Bahia, um policial civil ingressou com ação trabalhista contra a instituição em janeiro deste ano. José Reginaldo Cedraz trabalhou de outubro de 1997 a setembro de 2000 como analista de segurança patrimonial. Ele pede pagamento de horas-extras, férias, 13º salário e vale-refeição.
Como prova de que colaborava com a instituição, o policial-bancário anexou ao processo demonstrativos de pagamentos emitidos pelo banco inglês e relatos de suas viagens por agências das regiões Norte e Nordeste do País para investigar fraudes. "Estas viagens eram relacionadas em Memorandos oriundos do Departamento de Segurança do Grupo (HSBC)", cita a ação trabalhista.
Os relatórios de Cedraz eram repassados para o chefe de segurança do HSBC, Florindo de Lima, que prestou depoimento em Curitiba anteontem na Vara da Justiça Militar. Um processo foi aberto para investigar o envolvimento da Polícia Militar do Estado na liberação do ex-sargento Jorge Luiz Martins para trabalhar na área de segurança do banco.
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Martins conseguiu pdemonstrar, por meio de depoimentos de outros militares, que o alto comando da corporação tinha conhecimento de seu trabalho no HSBC. O ex-sargento foi expulso da PM em março deste ano depois de enfrentar por quase dois anos um processo disciplinar para apurar seu vínculo empregatício. Martins denunciou que o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana sofreu espionagem pelo HSBC, por meio de escuta telefônica ilegal, entre 1997 e 2000.
Protesto - A direção do Sindicato dos Bancários de Londrina promove nesta sexta-feira, às 10h30, uma manifestação de solidariedade aos colegas da Capital. O ato vai se concentrar em frente à agência centro do HSBC.
Um diretor da entidade vai aparecer fantasiado de "lorde inglês" para distribuir grampos para clientes e usuários do banco. "Estamos solidários ao Sindicato dos Bancários de Curitiba e esperamos que este abuso seja julgado pela Justiça, penalizando a diretoria do HSBC por invasão de privacidade", disse o sindicalista Paulo Lima.