A Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa (Acipg) e a prefeitura do município divulgaram ontem o resultado do estudo de viabilidade de instalação de uma Estação Aduaneira do Interior (Eadi) na cidade. A Eadi é um entreposto alfandegário, administrado por uma empresa que venceu um processo de licitação, coordenado pela Receita Federal.
O estudo foi feito pela IBS Consultoria Ltda. e mostra que os 61 municípios que integram a área de abrangência da Delegacia da Receita Federal em Ponta Grossa importaram em 2000 cerca de US$ 266 milhões. O valor é quase 30% maior que o volume de importações registrado em 1999, quando chegou a US$ 204 milhões.
Do total importado pelas empresas da região em 99, 75% foi através de estações aduaneiras instaladas em outras regiões do Paraná. Apesar da queda, o índice de 2000 ainda ficou em consideráveis 72%. O Estado possui estações aduaneiras em Maringá, Foz do Iguaçu, Londrina e Curitiba. "Os empresários acabam optando por desembarcar seus produtos nas Eadis por causa da agilidade", explica o vice-presidente de Indústria da Acipg, André Luis Barcellos. Segundo ele, numa zona primária (portuária) o descarregamento de uma carga pode levar vários dias, enquanto na Eadi, num prazo de 48 horas é possível liberar a mercadoria.
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Outra vantagem é que o cliente não precisa retirar todo o material importado de uma só vez, como acontece nos portos. "A empresa pode importar mil peças, por exemplo, e retirar somente o necessário para a sua produção mensal", diz Barcellos. Com isso, a empresa estaria fazendo economia e trabalhando melhor com o seu capital de giro.
O delegado da Receita Federal em Ponta Grossa, Fernando Antônio Gonçalves Saraiva, disse que o parecer da delegacia é favorável à instalação do porto seco na cidade. Mas apesar da boa vontade, o trâmite é bastante demorado por causa da burocracia. Depois do parecer da delegacia de Ponta Grossa o estudo segue para a superintendência em Curitiba e só depois vai a Brasília, para o parecer final do secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. A previsão é de que o processo todo dure dois anos.
Um argumento importante utilizado pela própria Receita Federal para a instalação da Eadi em Ponta Grossa é a comparação com outras cidades que já possuem o porto seco. Em Maringá, por exemplo, no ano de 2000 as importações movimentaram cerca de US$ 191 milhões, ou seja, 39% menos que o registrado em Ponta Grossa. "Excluindo Curitiba e Foz do Iguaçu, que possuem um movimento maior pela sua localização, Ponta Grossa é a segunda região do Estado em importação", diz o delegado da Receita.
O estudo de viabilidade sugere ainda que a estação aduaneira da cidade tenha um barracão de 6 mil metros quadrados, com uma área asfaltada para movimentação de carga de 10 mil metros quadrados.