O saldo direto de sete anos de estabilização é redução drástica na inflação e ganho real no salário mínimo. Desde julho de 1994, o salário mímino teve um reajuste de 177% que, com os descontos da inflação, apresentou aumento real em torno de 70%, dependendo do índice verificado para medir o custo de vida. A remuneração básica passou de R$ 70,00 em meados de 1994 para R$ 180,00 neste ano. As centrais sindicais alegam que, apesar da variação positiva, falta ao País adotar uma política de recuperação progressiva do salário.
O desemprego, no entanto, teve saldo negativo. O índice de pessoas que estão sem um trabalho fixo passou de 14,5% para 17,7%, mas chegou a 20% em 1999, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos).
O Brasil cresceu muito pouco nos sete anos de Plano Real. A taxa média de crescimento ficou em 2,5%, devido ao aquecimento econômico dos últimos anos. Estagnação foi sinônimo de desemprego. O mercado informal se alastrou. Em algumas capitais chega a quase 50% da atividade remunerada. A abertura de postos de trabalho foi retomada desde meados do ano passado, mas o recente anúncio da crise energética fez a indústria rever planos e cortar pessoal.
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Mas se por um lado o desemprego aumentou, o custo da alimentação para os trabalhadores subiu menos do que a inflação. A cesta básica está hoje 93% mais cara em relação a julho de 1994. O índice ficou entre 10% e 20% inferior à inflação, dependendo do índice a ser comparado. Alimentos e bebidas tiveram queda de preço, enquanto os setores de educação, aluguel, medicamentos e tarifas públicas apresentaram aumento.