Os fornecedores paranaenses que não conseguirem repassar aos supermercados os reajustes de custos vão ter que fechar as portas. A avaliação é do diretor executivo da Associação dos Fornecedores de Supermercados do Paraná (Assossuper), Moacir Moura. Segundo ele, a situação ''é bastante crítica''. Os fornecedores estão em negociação com o setor varejista, que não quer aceitar os aumentos e está boicotando algumas marcas.
De acordo com o superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, alguns fornecedores de produtos mais industrializados estão apresentando reajustes de preços, mas os supermercados não querem aceitar os aumentos. ''Sabemos que o orçamento familiar está bem apertado e além disso há muitas redes disputando a preferência do consumidor em todo o Estado, por isso ninguém quer ser o primeiro a aumentar os preços'', afirmou.
Algumas redes de varejo colocaram avisos em suas lojas esclarecendo a situação para o consumidor. As lojas explicam que pode faltar alguns produtos porque o supermercado deixou de comprar produtos dos fornecedores que reajustaram muito os preços. ''Nós percebemos redução de pressão de produtos de base, como trigo e arroz, e aumento de pressão para reajuste de massas, biscoitos e produtos de limpeza, principalmente'', relatou Rovaris.
Leia mais:
Prazo para adesão ao Profis 2024 entra na reta final; contribuintes podem obter descontos de até 70%
Hora trabalhada de pessoa branca vale 67,7% mais que a de negros
Londrina e Maringá se unem para fortalecer Tecnologia da Informação e Comunicação
Mercado de trabalho em 2025: saiba o que será exigido de empresas e profissionais
De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os itens mencionados por Rovaris subiram mais que a inflação no ano passado. As farinhas, féculas e massas tiveram aumento de 52,55% em 2002 em Curitiba, para uma média nacional de 40,40%. Os itens panificados subiram 26,44%, um pouco menos que no resto do Brasil (31,45%). Os artigos de limpeza apresentaram alta de 12,94% em Curitiba e de 16,99% no País. A inflação medida no período foi de 12,66% na capital paranaense e de 12,53% no Brasil.
O diretor executivo da Assossuper disse que o preço das matérias-primas pressionou bastante as indústrias e por isso elas têm que repassar os aumentos de custos. ''No Paraná não há indústria fornecedora de supermercado que seja também produtora de matéria-prima e por isso é preciso pagar o valor que o fornecedor desses insumos pede'', explicou Moura. As redes varejistas continuam negociando com os fornecedores. ''O mercado se encarrega de acomodar os preços e aceitar aumentos onde ocorreram grande pressão de custos e rejeitar onde não houve'', disse Rovaris.
*Leia mais sobre o assunto na edição desta sexta-feira da Folha de Londrina