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Reajuste

Supermercados boicotam produtos em alta

Redação - Folha de Londrina
16 jan 2003 às 20:12

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Situação é considerada "crítica" pela Associação dos Fornecedores - Arquivo Folha
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Os fornecedores paranaenses que não conseguirem repassar aos supermercados os reajustes de custos vão ter que fechar as portas. A avaliação é do diretor executivo da Associação dos Fornecedores de Supermercados do Paraná (Assossuper), Moacir Moura. Segundo ele, a situação ''é bastante crítica''. Os fornecedores estão em negociação com o setor varejista, que não quer aceitar os aumentos e está boicotando algumas marcas.

De acordo com o superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, alguns fornecedores de produtos mais industrializados estão apresentando reajustes de preços, mas os supermercados não querem aceitar os aumentos. ''Sabemos que o orçamento familiar está bem apertado e além disso há muitas redes disputando a preferência do consumidor em todo o Estado, por isso ninguém quer ser o primeiro a aumentar os preços'', afirmou.

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Algumas redes de varejo colocaram avisos em suas lojas esclarecendo a situação para o consumidor. As lojas explicam que pode faltar alguns produtos porque o supermercado deixou de comprar produtos dos fornecedores que reajustaram muito os preços. ''Nós percebemos redução de pressão de produtos de base, como trigo e arroz, e aumento de pressão para reajuste de massas, biscoitos e produtos de limpeza, principalmente'', relatou Rovaris.

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De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os itens mencionados por Rovaris subiram mais que a inflação no ano passado. As farinhas, féculas e massas tiveram aumento de 52,55% em 2002 em Curitiba, para uma média nacional de 40,40%. Os itens panificados subiram 26,44%, um pouco menos que no resto do Brasil (31,45%). Os artigos de limpeza apresentaram alta de 12,94% em Curitiba e de 16,99% no País. A inflação medida no período foi de 12,66% na capital paranaense e de 12,53% no Brasil.


O diretor executivo da Assossuper disse que o preço das matérias-primas pressionou bastante as indústrias e por isso elas têm que repassar os aumentos de custos. ''No Paraná não há indústria fornecedora de supermercado que seja também produtora de matéria-prima e por isso é preciso pagar o valor que o fornecedor desses insumos pede'', explicou Moura. As redes varejistas continuam negociando com os fornecedores. ''O mercado se encarrega de acomodar os preços e aceitar aumentos onde ocorreram grande pressão de custos e rejeitar onde não houve'', disse Rovaris.

*Leia mais sobre o assunto na edição desta sexta-feira da Folha de Londrina


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