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Jardim São Paulo

‘Acidentes acontecem todos os dias aqui’, diz moradora

Paulo Monteiro / Nosso Dia
18 jan 2018 às 14:22

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Morador pintou placa para alertar os motoristas. - Paulo Monteiro / Nosso Dia
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"Acidentes acontecem todos os dias aqui", diz a dona de casa Raquel dos Anjos. Ela mora há 9 anos na Avenida Mário José Romagnolli, Jardim São Paulo, na zona norte de Londrina. Após colidir sua motocicleta com uma árvore na mesma via, um jovem de 18 anos morreu no início desta semana. Moradores do bairro exigem redutores de velocidade e reclamam da má conservação da via, além de se mostrarem traumatizados com tantos acidentes. O local até possui sinalização (Pare) vertical e horizontal, porém ela não seria respeitada.

Em 8 de janeiro, Nathan Landgraf, de 18 anos, chocou-se com uma árvore na Avenida Mário José Romagnolli. Ele conduzia uma Honda Titan e sofreu ferimentos principalmente no rosto. O jovem ainda foi socorrido pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) e internado no Hospital Universitário (HU), porém não resistiu e morreu no último domingo (14), segundo o Instituto Médico Legal (IML).

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O acidente aconteceu a poucos metros do cruzamento com a Avenida Salim Sahão, onde mora a dona de casa Raquel dos Anjos, que já testemunhou diversas colisões no local. Ela conta que a violência no trânsito deixou a sua família traumatizada. "Moro neste lugar há 9 anos. Os meus dois filhos nasceram aqui. Em cada gestação, sofri muito com os acidentes neste ponto. Meus dois filhos nasceram e até hoje são muito assustados. Qualquer barulho nesta rua já é motivo de pânico para todos nós."

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Moradores tentam alertar condutores

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A dona de casa Raquel dos Anjos conta que o próprio marido pintou uma placa para alertar os motoristas. Porém destaca que o local precisa da intervenção do município. "Necessitamos de redutores de velocidade urgentemente nesta via. Quantas pessoas vão precisar morrer para a Prefeitura fazer algo? O cruzamento está esburacado, o que agrava a situação. Meu marido até colocou uma placa na esquina para alertar os motoristas, mas os acidentes continuam."


A confeiteira Leila Bueno toma ônibus todos os dias ao lado do cruzamento. Ela também já testemunhou acidentes. "Acontece pelo menos um quase acidente por dia. Dias atrás, uma mulher e sua criança ficaram feridas neste lugar", relembra. Leila conta que o jovem morto no acidente também era morador da região. "Estamos muito tristes. Quando chove a situação ainda piora. Pois os buracos ficam cobertos e as pessoas não os enxergam. Precisamos de pelo menos dois quebra-molas neste cruzamento."

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CMTU


A CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) é responsável pela instalação de redutores de velocidade, como faixas elevadas, quebra-molas e sinalizações no trânsito de Londrina. O setor de comunicação da companhia ressalta que, nos últimos meses, realizou reforços de sinalização nos cruzamentos da Avenida Mário José Romagnolli com as vias Lindalva Silva Bassetto e Salim Sahão. Porém, para realizar qualquer instalação de redutores de velocidade, necessita de projetos encaminhados pelo Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina).

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Ippul


De acordo com Reinaldo Ribeirete, presidente do Ippul, a instalação de redutores de velocidade depende de recursos. "Vale ressaltar que, segundo o levantamento elaborado por nós, hoje o maior causador de acidentes seria o excesso de velocidade. Boa parte dos condutores passa a respeitar os limites da via após sentir no bolso. Por isso o projeto de prevenção, além do redutor, como faixas de pedestres elevadas, seria a instalação de radares", diz. "No entanto, a aplicação desses aparelhos depende da inclinação da via e da verba disponível pela CMTU, responsável pela obra de instalação." A reportagem perguntou ainda sobre os projetos para via, porém, até o fechamento desta reportagem, Ribeirete não retornou.


Obras

"Temos vários projetos para recapeamentos de vias na região norte, inclusive em bairros vizinhos ao Jardim São Paulo. Porém ainda não há em nosso cronograma a recuperação deste cruzamento", admitiu o secretário municipal de Obras, João Verçosa. "Mesmo assim estou encaminhando a solicitação para uma de nossas equipes, que deve avaliar a situação no local nos próximos dias. Caso não seja necessário o recapeamento, ao menos uma operação tapa-buracos deve amenizar o problema do local."


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