Dois mil e vinte quatro ainda não chegou ao fim, mas Londrina já tem quase 41 mil casos confirmados de dengue, com 66.618 notificações neste ano, sendo que 6.495 ainda estão no aguardo do resultado. São 52 mortes, número 79% superior que todos os óbitos do ano passado. A situação mais preocupante foi enfrentada no primeiro semestre, quando a cidade passou por uma epidemia da doença.
Para evitar que o problema se repita neste final de ano e começo do próximo, a secretaria municipal de Saúde tem intensificado as ações com o intuito de eliminar criadouros. O atual momento é considerado pelos técnicos como "pré-epidêmico". "É um momento em que temos muitos ovos (do mosquito) no meio ambiente aguardando a chuva, já que ovos ficam nos recipientes mesmo sem a presença de água", frisou Nino Ribas, coordenador de Controle de Endemias do município.
Apesar de hoje não ser observada uma alta incidência da doença, moradores seguem procurando os postos de saúde com sintomas. "Temos casos sendo notificados, o que nos deixa em situação de alerta. Estamos reforçando as ações onde aumenta a concentração de casos, colocando equipes para desenvolver atividades", comentou.
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No último sábado (29), agentes estiveram nos jardins Shangri-lá, Vânia e Palmas, na zona oeste, visitando casas que durante a semana estavam fechadas. "Iniciamos com uma pendência de 30% dos imóveis e esse percentual caiu para 18%", afirmou. Nesta semana os servidores têm focado na fiscalização em locais classificados como estratégicos, como ferros-velhos e fundos de vale com descarte irregular de lixo. "Justamente prevendo chuva, estamos tentando eliminar criadouros para não ter aumento de notificações", explicou.
Nesta quinta-feira (3) um lugar já conhecido das equipes está recebendo serviços de limpeza. Servidores da Saúde e da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) estão retirando entulhos na Vila Romana, na região leste, onde uma acumuladora deixa lixo na calçada e até na rua. A mesma localidade já havia sido limpa no início deste ano após diversas reclamações de vizinhos.
Ribas destacou que a dengue é sazonal, ou seja, influenciada por fatores climáticos. Como a previsão para os próximos meses é de calor intenso e com possibilidade de pancadas de chuva, ambiente propício para a procriação do mosquito Aedes aegypti, a hora de prevenir uma nova epidemia é agora. "Ano a ano o mosquito vai se adaptando e encontrando formas de manter a espécie. Por isso, precisamos mitigar o máximo a proliferação e tem que reduzir os criadouros. Se fizermos isso conseguiremos ter um verão tranquilo."
O município tem dois indicadores para acompanhar a evolução da doença: os casos notificados e as armadilhas distribuídas por vários bairros, que mostram a densidade vetorial. Estas armadilhas, por exemplo, mostraram maior presença do mosquito no residencial Vista Bela, zona norte, com os agentes de endemias indo para a região na tentativa de identificar os riscos para recolher.
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