As casas de três famílias foram incendiadas nesta quarta-feira, no assentamento São Jorge (zona norte de Londrina).
O incêndio seria uma ''retaliação'' por causa de supostas denúncias feitas por moradores.
Enquanto a quadrilha colocava fogo em um dos barracos, crianças teriam ficado sob a mira de revólveres.
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Duas residências foram incendiadas pela manhã, enquanto que a terceira foi atacada pouco depois do almoço. As vítimas serão ouvidas nesta quinta-feira, no 5º Distrito Policial.
Os incêndios começaram por volta das 9 horas, na Rua Bernardo Pereira Trindade.
De acordo com a moradora Maria das Graças da Silva, 26 anos, ela e o companheiro, o pintor Wagner Carvalho Martins, 32, teriam escapado de uma ''rajada de balas'' pouco antes do incêndio.
''Eram cinco pessoas. Eles atiraram na gente quando meu marido esperava o ônibus. Enquanto ficamos escondido em um vizinho, eles foram até nossa casa e atearam fogo'', disse a dona de casa.
Ela afirmou ainda que o grupo ameaçou a filha de dois anos com uma arma.
''Eles apontaram revólveres na menina e nos meus sobrinhos. Minha filha já havia recebido um tiro dos marginais'', reclamou Maria das Graças, enquanto mostrava a cicatriz de bala na perna esquerda da garota.
Segundo a moradora, o motivo do atentado seria uma ''rixa'' envolvendo o irmão, Adilson Moreira da Silva, 23, e a tal quadrilha.
''O grupo insiste em dizer que meu irmão teria 'dedurado' uns caras para a polícia, mas isso é mentira.''
O barraco de Adilson Silva um único cômodo onde morava com a esposa, C.J.J., 17 fica próximo ao de Maria das Graças e também foi incendiado pela grupo.
''Não sobrou nada. Até dois passarinhos que estavam nas gaiolas morreram. Meu cunhado está trabalhando como carpinteiro em Assis (SP) e nem sabe o que aconteceu aqui'', disse o irmão de Celina, que pediu para não ser identificado.
Adilson e Celina têm uma filha de três anos. No fim da tarde desta quarta-feira a terceira casa atacada, a de número 236 da Rua Bernardo Pereira Trindade, ainda estava alagada pela água das mangueiras contra fogo.
Toda a mobília que pôde ser salva foi carregada. Sobraram alguns pertences e o jogo de sofás da sala, bastante castigados pelas chamas.
Segundo um vizinho, a família retirou-se do assentamento tão logo terminou o resgate dos pertences.
Testemunhas citaram duas pessoas, conhecidas como ''Fio'' e ''Ailton'', como supostos líderes do grupo que ateou fogo nos barracos.
Segundo a delegada Thaiz Fernanda Corona, a polícia já tem dois suspeitos, mas ainda não se pode afirmar que a ação foi obra de uma gangue.
''As primeiras informações dão conta de que o motivo dos incêndios foi vingança, mas vamos ouvir os depoimentos para direcionar as investigaçãoes'', afirmou.