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Viaduto com problemas

Ceal reprova memorial de cálculo e recomenda manutenção da paralisação de obra na PR-445

Redação Bonde
29 fev 2016 às 19:51

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- Celso Pacheco/Grupo Folha
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O Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (Ceal) reprovou, nesta segunda-feira (29), o memorial de cálculo das obras do viaduto da PR-445 com a avenida Dez de Dezembro, na zona sul. Com isso, foi recomendada a manutenção da paralisação dos trabalhos na estrutura, que vem apresentando rachaduras e outras patologias. O documento havia sido encaminhado ao Ministério Público (MP) no final da tarde da última quarta-feira (24).

O Ceal também quer que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) contrate uma empresa para analisar a situação da obra, de preferência de outro estado. Até o momento, o DER ainda não foi oficialmente notificado e, portanto, não se manifestou sobre as recomendações dos especialistas.

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As obras estão paralisadas desde o dia 9, quando o juiz Osvaldo Taque atendeu o pedido de providências encaminhado pelo promotor Paulo Tavares, da Promotoria de Defesa de Saúde Pública, do Trabalhador e da Habitação e Urbanismo.

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Geralmente anexado ao projeto, o memorial detalha todos os cálculos feitos até a conclusão do viaduto. Segundo Vitor Faustino Pereira, membro do Ceal, não restam dúvidas de que houve mudanças da técnica construtiva utilizada no muro de contenção ante ao projeto inicial. "Quanto a isso não há discussão. A técnica usada pela construtora é obsoleta, ou seja, não a utilizamos em obras de engenharia desse porte. Ela traz um custo menor, mas gera mais patologias, como tem gerado, tendo em vista as rachaduras de 30 a 40 cm de comprimento. Isso não é normal. Esses problemas comprometem a vida útil da obra". No planejamento original estavam previstas contenções em solo reforçado, com manta geotêxtil, com parâmetro em placas de concreto. Ao contrário, estão sendo executados muros de gravidade.


Em nota publicada na última semana, o DER argumenta que as rachaduras são uma "fatalidade rara que provocou um recalque diferencial (leve deslocamento). Tão logo foi detectado o problema, todas as medidas foram tomadas, dando segurança a obra. Além do reforço na estrutura, o DER também vem fazendo – e continuará a fazer – o monitoramento do viaduto", escreve o diretor técnico do órgão, Amauri Medeiros Cavalcanti. O profissional ainda aponta as chuvas fortes e a qualidade do solo como causadoras das rachaduras.

Alegando que o viaduto é seguro, o DER pediu ao MP que as obras sejam retomadas. Ainda segundo o texto, todas as medidas de segurança teriam sido tomadas durante a construção. "Um equipamento, conhecido como estação total, vem fazendo a medição diária do nível do viaduto e do tamanho das fissuras no muro de contenção. Há cinco meses não há registro de alteração no muro de contenção. Para conter o deslocamento, foram colocadas 66 estacas, com mais de 20 metros de altura, tanto na parede do viaduto como no muro de contenção. Foi feito um reforço nos pilares de sustentação do viaduto. Todo o custo de correção da obra foi arcado pela construtora Sanches Tripoloni , sem ônus ao Estado", finaliza a nota.


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