Londrina

Classificados como 'militantes' por vereador, docentes do IEEL prestam depoimento em delegacia

28 jul 2017 às 18:22

Professores que lecionam no Instituto de Educação Estadual de Londrina (IEEL) prestaram depoimento nesta semana à Polícia Civil sobre duas denúncias protocolados em junho do ano passado pelo vereador Filipe Barros (PRB). O parlamentar informou que as reclamações partiram dos pais dos alunos. Eles disseram que, durante uma aula, um professor passou um filme com cenas de sexo explícito entre dois homens. Além disso, o IEEL teria abrigado a apresentação de uma drag queen.

Na época, Barros publicou as denúncias em um vídeo divulgado em seu canal no Youtube. Ele ainda não era vereador, mas atuava como um dos líderes do Movimento Endireita Londrina, que, dentre outras pautas, combate o que classificam como ideologia de gênero em escolas públicas e particulares de Londrina.


Autor do polêmico projeto Escola Sem Partido, em tramitação na Câmara Municipal, Filipe Barros classificou os denunciados como "militantes travestidos de professores". Para o vereador, o comportamento dos docentes "fere gravemente o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)". Ele espera que, após as investigações que estão em curso, "os professores sejam afastados".


Como o processo corre em segredo de justiça, o presidente da APP Sindicato em Londrina, Márcio Ribeiro, disse que não poderia comentar o inquérito. Entretanto, afirmou que o sindicato acompanhou o caso desde o ano passado, com apoio jurídico aos professores e equipe pedagógica envolvidos, quando a situação foi apurada administrativamente no âmbito da Secretaria Estadual de Educação (Seed).


De acordo com ele, o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) identificou que o processo pedagógico foi legítimo e ético. "A própria equipe pedagógica do Núcleo Regional de Ensino (NRE) considerou que [a atividade] está dentro dos parâmetros éticos e pedagógicos da educação pública, então, entendemos que os educadores envolvidos não têm motivo para se preocupar (em relação ao inquérito)", disse Ribeiro.

O diretor da APP afirmou, ainda, que o sindicato "faz a defesa de uma escola pública, plural, sem homofobia ou preconceitos e laica, de forma a garantir que todas as formas de crenças religiosas tenham espaço, assim como todas as minorias tenham espaço no ambiente escolar".


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