Agentes da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) desmonataram nesta manhã o quiosque "Chopão do Baiano", localizado no Calçadão da Avenida Paraná, em frente ao HSBC. Todos os produtos da lanchonetes estavam dentro do estabelecimento e também foram recolhidos pela CMTU. As mercadorias apreendidas foram encaminhadas por um caminhão à Companhia.
O proprietário, Elquisson Moreira, disse que foi acordado nesta manhã com um telefonema informando que o alarme do quiosque havia disparado e que a CMTU estava desmontando seu pequeno estabelecimento, que vende bebidas, refrigerantes e lanches. "Eu estava dormindo e vim para cá sem saber o que estava acontecendo. Fui surpreendido", disse Elquisson, transtornado.
Nenhum dos agentes da CMTU e nem mesmo a advogada, que se identificou apenas como Cristel, falou com a reportagem do Bonde. "Ninguém está autorizado a falar", limitou-se a responder. Ainda não há informações se havia uma ordem judicial para que o estabelcimento fosse aberto sem a presença do proprietário.
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Segundo o comerciante, havia uma notificação para que os donos dos quiosques deixassem seus estabelecimentos em 30 dias. A intenção da CMTU é abrir licitação para 38 espaços na cidade.
"Recebemos a notificação, mas não sabíamos que iríamos ser surpreendidos com dezenas de agentes, com marretas e maçaricos desmontando tudo", afirmou agora pela manhã. "Tudo o que tenho na minha vida está aqui. O que vou fazer agora?".
Elquisson não soube dizer quando o prazo de 30 dias expiraria, mas esperava uma notificação para, no caso de não haver mais negociação, poder, pelo menos, retirar seus pertences. "Temos uma ação na justiça e não fui notificado de nada. Eles arrombaram meu quiosque", disse.
O presidente da CMTU, André Nadai, afirmou que o proprietário do "Chopão do Baiano" foi devidamente notificado para retirar o quiosque e teve um prazo que terminou na última quarta-feira. "Não existe um processo judicial mas administrativo para a desocupação do espaço público. Ele (proprietário) sabia", afirmou.
Nadai também adiantou que, na próxima semana, outros quiosques deverão ser desmontados caso os proprietários não façam a devida retirada.
Para o advogado dos comerciantes, Jackson Romeu, houve abuso de autoridade. "Isso é um ato que será apreciado pelo Poder Judiciário e caberá ação de indenização por danos morais e materiais", afirmou. "A notificação era para cessação da atividade e não para o arrombamento do quiosque".
Jackson Romeu e a advogada da CMTU discutiram publicamente os fundamentos do arrombamento e desocupação, e até às 10 horas não havia chegado a um acordo.
Neste horário, mais da metade das mercadorias já haviam sido recolhidas pela CMTU. Outros donos de quiosques acompanharam pacificamente a ação do agentes e se demonstram preocupados. "Tenho medo que amanhã isso possa ocorrer comigo", disse Maristela Bonfim Bacelar, proprietária do Café da Boca há 15 anos. "Vendi casa, carro e sítio para comprar o comércio e agora posso ficar sem nada".
>> Atualizada às 10h20.