O técnico de operação Marinho Cândido, 44 anos, espera há anos por uma casa popular. Em 1997, fez a inscrição na Companhia de Habitação de Londrina (Cohab) e estava tranquilo, certo que logo teria sua casa própria. Até que, esta semana, teve uma desagradável surpresa. Ao conferir como estava sua situação junto à Cohab, foi informado que teve sua inscrição cancelada.
Cândido conta que, sempre que passava na companhia para saber como estava a sua situação, a resposta era a mesma, ''aguarde que já vai sair''. Ao voltar novamente à Cohab, no início da semana, recebeu a informação de que sua inscrição tinha sido cancelada devido ao lançamento do programa Poupalar, iniciado em junho de 1999. ''Eles simplesmente cancelaram minha inscrição e não me avisaram sobre nada. E, o pior, eu não quero o Poupalar'', desabafou. Para o técnico, voltar a fazer a inscrição significa voltar para o fim da fila. ''E os anos que esperei, em vão, pela minha casa?'', questionou.
O presidente da Cohab, Carlos Eduardo Afonseca e Silva, disse que não sabe o motivo do cancelamento. ''Foi na época de outro presidente'', justificou. Segundo ele,''algumas inscrições antigas, de 1986, 1987, foram canceladas porque a gente não conseguia nem encontrar as pessoas e algumas já tinham casa''.
Leia mais:
Banda Nova Funcart promove nova edição do festival de música neste domingo em Londrina
Feira Flua Cultura promove evento dos 90 anos de Londrina na Concha Acústica
Elevação do preço da carne pressiona inflação da cesta básica em Londrina
Distrito de Guaravera deve ficar sem água nesta segunda após manutenção de rede
Sobre o caso de Marinho Cândido, Afonseca resumiu: ''é só ele ir à Cohab, tentar passar no cadastro da Caixa Econômica e aguardar pela casa''. As pessoas que se inscrevem hoje nos programas habitacionais estão aguardando, de acordo com Afonseca, entre oito meses e um ano e meio para receber a casa.
Segundo o diretor do Procon, Tito Valle, a situação de Marinho Cândido não está prevista no Código de Defesa do Consumidor, mas poderia ser incluída na qualidade dos serviços públicos prestados. Ele afirmou que, se a inscrição realmente foi cancelada, a pessoa prejudicada poderia mover uma ação contra a Cohab por danos morais.
*Leia mais na edição desta quarta-feira na Folha de Londrina