Os estudantes do último ano do curso de direito da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que não conseguiram fazer o Exame Nacional de Cursos (Provão) podem entrar com um mandado de segurança na Justiça para impedir a divulgação das notas, prevista para novembro.
O Provão foi aplicado no dia 8 de junho deste ano para universitários do último ano. Todos os estudantes que estavam no Colégio Estadual Antonio de Moraes Barros (com iniciais de F a N) não receberam as provas porque um malote com os cadernos de questões não havia chegado de avião dentro do horário previsto. Todos assinaram o cartão resposta em branco e entregaram à coordenação. Segundo informações do Ministério da Educação (MEC), o caso foi o único registrado no Brasil.
Os estudantes da UEL divulgaram nesta terça-feira carta aberta à população criticando a postura do órgão em relação ao futuro profissional dos alunos prejudicados. Eles ameaçam recorrer à Justiça caso o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) - setor do MEC responsável pela avaliação das instituições de ensino superior - não esclareça como serão sistematizadas as notas.
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''No total, foram 600 estudantes de Londrina que não receberam as provas. Se o processo de avaliação das notas não for esclarecido, vamos pedir o cancelamento do Provão e tentar impedir a divulgação das notas'', afirmou o estudante Luciano Pereira Vieira, 23 anos, enquanto mostrava o documento com 52 assinaturas da turma.
Os universitários contactaram a direção do Inep mas não receberam prazos para que o problema seja solucionado. Para a aluna Luciana Granzatti Terribille, 22, a possibilidade de não ter a nota individual de desempenho pode prejudicar o futuro profissional dela. ''Existem escritórios em São Paulo em que a nota do Provão pesa na hora de contratar um advogado. Também temos medo que o conceito A do curso caia pela primeira vez na história da UEL'', comentou Luciana.
O universitário Luis Fernando Cil Bibanco, 22, chegou a levar uma bolsa cheia de livros para fazer a prova. ''Moro em Cambé (13 km a oeste de Londrina) e tive que pegar um ônibus para chegar até a escola. Na hora da prova, qualquer um ficaria irritado'', criticou Bibanco.