As doenças do aparelho circulatório, o câncer e as causas externas, como acidentes, homicídios, suicídios e quedas são, pela ordem, as principais causas da mortalidade do londrinense. Esse quadro, segundo o Núcleo de Informação em Mortalidade (NIM) da Secretaria Municipal de Saúde, não tem se alterado nos últimos oito anos, desde que o órgão foi criado, em agosto de 1993. A mudança mais acentuada é o crescimento do número de mortes por homicídio, que aponta uma vítima a cada cinco dias.
O NIM, de acordo, com a responsável pela Diretoria de Informações da Saúde, Maria Luiza Iwakura, permitiu o conhecimento detalhado do perfil das mortes na cidade. Antes da sua criação, os dados eram recolhidos pela 17ª Regional de Saúde e enviados a Curitiba. Eles chegavam à cidade com aproximadamente dois anos de atraso, além de trazer informações pouco detalhadas. Nesse período, as mortes por causas desconhecidas ocupavam o segundo lugar.
A pesquisa do NIM, hoje, destaca Maria Luiza, permite o planejamento de ações de saúde visando a redução das mortes evitáveis ou precoces. Os dados informam todos os casos de óbitos dos moradores do município, determinando idade, sexo e região de moradia. As causas são identificadas de acordo com a Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão (CID-10).
Os índices de mortes violentas, apesar de ocuparem o terceiro lugar, de acordo com a diretora, são preocupantes. O núcleo trabalha com um índice chamado Anos Potenciais de Vida (APV), levando em consideração que a expectativa de vida do homem é 70 anos. Segundo a diretora, os acidentes são responsáveis pela perda de cerca de 3.000 Anos Potenciais de Vida.
Os casos de homicídios apresentam um crescimento ainda mais acentuado. Em 1994, quando foram concluídos os primeiros levantamentos, eles representavam 1.500 mil Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP). No ano passado foi registrado um crescimento de 86,6% com mais de 2.600 APVP. ''O trânsito ainda conta com trabalhos educativos, legislação, multas. Já os homicídios refletem um desajuste social mais difícil de ser controlado'', afirma.
* Leia mais em reportagem de Célia Guerra na Folha de Londrina/Folha do Paraná desta quinta-feira