Londrina não deve conseguir implantar o prontuário eletrônico cidadão (PEC) dentro do prazo exigido pelo Ministério da Saúde por falta de equipamentos. Os municípios têm até dezembro para adotar PEC nas unidades básicas de saúde (UBS). Aqueles que não adotarem a medida e não apresentarem uma justificativa ao governo correm o risco de perder recursos federais.
A plataforma digital vai permitir que os dados do paciente sejam transmitidos online aos Ministério de Saúde, que poderá acompanhar a produção das UBS. O prontuário poderá ser acessado de qualquer unidade de saúde do município.
"Com o prontuário eletrônico cidadão a alimentação do sistema vai fazer parte do processo. Vai facilitar a elaboração de relatórios e teremos dados mais fiéis da produção das unidades", explicou Valéria Cristina Barbosa, assessora médica da Diretoria de Atenção Primária, da Secretaria de Saúde de Londrina.
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Os profissionais vão cadastrado as informações em cada etapa que o paciente passar. Por exemplo, no pré-atendimento, quando for medida a pressão arterial, o profissional vai cadastrar a informação. "Isso vai eliminar os prontuários de papel e também evitar que alguma informação se perca. Como os prontuários de papel são por numeração, se por algum caso, um exame ou informação for arquivado erroneamente isso se perde entre tantos prontuários e pode atrapalhar o andamento do atendimento do paciente", comentou Mariza Katu de Oliveira, coordenadora da UBS Itapoã, no Jardim Itapoã (zona Sul).
Mas de acordo com o secretário de Saúde, Gilberto Martin, para o prontuário eletrônico ser implantado em Londrina faltam 700 computadores com um custo projetado de R$ 2,8 milhões. "Isso nós não temos e isso não vai acontecer até o final do ano", afirmou.
SAÚDE WEB
Martin explicou que o município tem condições de encaminhar as informações sobre os pacientes dentro do prazo de 60 dias estipulado pelo governo, mas não online. Londrina tem um sistema próprio de cadastro de informações chamado Saúde Web, que é alimentado com dados sobre as vacinas, exames e agendamento de consultas com especialistas.
Em paralelo, as UBS utilizam o E-SUS, programa do governo federal, em que são cadastradas informações simplificadas do paciente. Mas esse cadastro não é feito online. "o médico ainda preenche o prontuário do paciente em papel e depois cadastra as informações no E-SUS", explicou Mariza.
A implantação do PEC vai agilizar o trabalho dos profissionais, que não terão que preencher duas vezes o prontuário. Mas para que isso funcione, cada setor da UBS precisa ter um computador à disposição.
No final do ano passado, a Secretaria de Saúde fez um pregão para compra de 180 computadores, mas a empresa vencedora não entregou os equipamentos. Ela foi multada e o contrato revogado. De acordo com Valéria, o município está investindo em fibra ótica. Hoje, segundo ela, 90% das UBS urbanas já contam com fibra ótica. "Precisávamos fazer essas instalações para garantir velocidade para transmissão das informações", explicou a assessora médica.
A secretaria está discutindo com a Sercomtel como será feito nas UBS da zona rural. "A Sercomtel não tem disponibilidade de fibra ótica, então estamos estudando a melhor forma. Talvez será por rádio", disse Valéria.
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