Cerca de seis famílias ocupam um terreno da prefeitura no jardim Morar Melhor, zona leste de Londrina, desde a madrugada desta quinta-feira (28). As famílias montaram barracos no local e reivindicam casas do programa Minha Casa, Minha Vida, que segundo eles, foram prometidas pela Companhia de Habitação de Londrina (Cohab) há mais de um ano.
O presidente da associação de moradores do bairro, Marcos Luis dos Santos, disse que a maioria das famílias é formada por carroceiros e trabalhadores autônomos, que não conseguem pagar aluguel. Os moradores alegam ter feito cadastro no programa Minha Casa, Minha Vida, mas nunca terem tido um retorno. "Os moradores fizeram o cadastro na Cohab no ano passado, há 14 meses, e até agora não foram contemplados. Queremos uma resposta. Já fizemos duas ou três reuniões com a Cohab e até agora nada.", explicou Santos.
De acordo com o presidente da associação, apenas sete famílias da região conseguiram ingressar no programa do Governo Federal. Ele afirma que a expectativa é de que mais famílias se juntem ao protesto durante o dia. "Eles tem casas e apartamentos no Jardim Nova Esperança e Vista Bela, mas não querem contemplar os moradores".
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Em entrevista ao Bonde, o presidente da Cohab, José Roberto Hoffmann, disse que uma equipe da Companhia foi até o local para averiguar a situação, porém, alerta que não haverá negociação com os invasores. "Invadir não é o caminho para conseguir ingressar no Minha Casa, Minha Vida".
Hoffmann disse ainda que o terreno em questão não pertence à Cohab e sim à prefeitura. Por isso, segundo ele, o caso será comunicado à secretaria de Gestão que deve tomar as providências necessárias.
Posição da prefeitura
Em nota do Núcleo de Comunicação, o secretário de Gestão, Rogério Dias, explicou que a invasão não gera direito e não altera as prioridades de atendimento estabelecidas pela Companhia de Habitação (Cohab) para seleção dos beneficiados do programa.
Dias foi enfático ao lembrar que uma série de critérios é estabelecida para a concessão de casas. "As famílias precisam morar pelo menos há cinco anos na cidade e ter renda máxima de R$ 1.600,00, por exemplo. Mulheres chefes de famílias, famílias com filhos, idosos e deficientes têm prioridade. São estabelecidos diversos critérios que serão respeitados. Essa invasão não muda nada, não negociaremos com os invasores."
O secretário de Gestão informou que todos serão notificados a sair. "A Guarda Municipal vai acompanhar os profissionais da Secretaria de Ambiente que irão fazer a notificação verbal aos invasores. Caso eles não saiam serão tomadas todas as providências judiciais necessárias. O terreno é da Prefeitura, eles estão invadindo uma área pública."