A série de danos ambientais causados pela Sanepar, em Londrina, resultou na criação de um grupo de trabalho que atuará no sentido de evitar novos acidentes e buscar soluções para recuperar os já constatados.
A decisão de formar o grupo foi tomada na tarde desta terça-feira, durante reunião realizada na Promotoria de Justiça.
O grupo será composto por técnicos da Sanepar, da prefeitura, da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e membros de órgãos ambientais.
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O promotor de Defesa do Meio Ambiente, Cláudio Esteves, explicou que o grupo fará um diagnóstico das deficiências apresentadas no saneamento municipal.
Em seguida, serão definidas medidas técnicas que deverão ser tomadas pela empresa para uma melhora no serviço prestado.
Além disso, segundo ele, serão elaboradas propostas para alterações na atual legislatura municipal, que permitam um maior rigor na fiscalização de irregularidades cometidas por empresas ou pessoas físicas.
Outra proposta aprovada é a de realização de uma campanha educativa junto à população no sentido de conscientizar sobre a importância de respeitar o meio ambiente.
O gerente de unidade da Sanepar, Sérgio Roberto Bahls, ressaltou que a maioria dos problemas registrados pela empresa acontecem pela existência de ''gatos'' na rede coletora de esgoto.
''O esgoto é despejado diretamente na galeria de água pluvial. Isso é muito danoso ao meio ambiente'', frisou.
Após essa primeira etapa de trabalho, o grupo ficará responsável por estabelecer modos de compensação dos danos causados ao longo dos anos em mananciais do município.
Segundo Bahls, nos últimos cinco anos, a Sanepar investiu cerca de R$ 300 mil na reparação de danos ambientais.
A diretora de Meio Ambiente da Sanepar, Maria Arlete Rosa, afirmou que os acidentes ambientais registrados nos últimos anos em Londrina, resultam da falta de investimento no setor social por parte da antiga diretoria da empresa.
Ela acrescentou que a atual diretoria herdou uma dívida ambiental muito elevada, cujos números estão sendo levantados. ''A administração anterior tinha a água como fonte de lucro'', denunciou.
O assessor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, João Batista Souza, informou que até a próxima semana a Sanepar deverá receber três multas por despejo irregular de esgoto em mananciais.
Ele completou que foram quatro autuações porém uma multa, no valor de R$ 100 mil, já foi emitida. As irregularidades foram cometidas, nos últimos meses, nos Córregos Cambezinho, Água Fresca, Baroré e São Lourenço.
Técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) realizaram ontem uma coleta no Córrego Cambezinho, onde desemboca a água tratada na Estação de Tratamento da Sanepar na zona sul.
O resultado da análise deve ser conhecido em um prazo de 10 dias. Se ficar constatada contaminação, a Sanepar será multada. Na segunda-feira, a empresa foi multada em R$ 500 mil, pelo IAP, por poluir o Córrego Água Fresca.