Uma cidade, ''no meio do mato'', com ruas e avenidas amplas. Esta seria a Londrina do início dos anos 30 idealizada pos engenheiros da Paraná Plantations, empresa que deu origem à famosa Companhia de Terras do Paraná. O projeto, no entanto, foi vetado pela diretoria na Inglaterra e a cidade foi planejada com vias mais estreitas.
Mais de 70 anos após a colonização, os motoristas londrinenses pagam o preço da falta de visão de futuro dos diretores ingleses. Documentos da época apontam que a cidade teria capacidade para abrigar 30 mil habitantes. Atualmente, com cerca de 460 mil moradores e um dos maiores índices de motorização do País, o trânsito londrinense reflete na prática o planejamento equivocado dos pioneiros.
O primeiro posto avançado da colonização, criado em 1925, recebeu o nome de Londrina - a pequena Londres - homenagem prestada aos empreendedores ingleses. Mais tarde, a 3 de dezembro de 1934, através do Decreto Estadual n º 2519, assinado pelo interventor Manoel Ribas, foi criado o município de Londrina.
O depoimento de 1972 do engenheiro Alexandre Rasgulaeff, então contratado pela Paraná Plantations, apontava o equívoco. ''A cidade é mal projetada, mas a culpa não é minha. Quando projetei a cidade com as avenidas de 30 metros e as ruas de 24 e apresentei a planta, o presidente daquele tempo, General Asquith falou: nós vamos levar a planta para estudo na Inglaterra e depois de lá você recebe ordem de executar, e veio a ordem que esse Alexandre é louco, pois não convém uma cidade no meio do mato ter avenidas com 30 metros de largura e ruas com 24 metros. Quem vai construir as ruas e pagar os impostos? Nós. Então mandaram diminuir: ruas com 16 metros e avenidas com 24 metros.''
Atualmente, o ®MDNM¯Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) está desenvolvendo um Plano de Adequação Viária, no intuito de planejar o trânsito londrinense para os próximos anos. Para a gerente de projetos de sinalização e controle viário do Ippul, Cristiane Biazzono Dutra, o sistema viário da cidade é acanhado. ''As vias de rodagem de até nove metros de largura foram planejadas para uma cidade de apenas 50 mil habitantes, praticamente um décimo da população londrinense atual'', constata. A nova legislação estabelece a construção de vias de 15 metros de largura, prevendo aumento do tráfego.
A idéia principal do projeto é tirar os eixos principais de deslocamento de veículos da Área Central da cidade. As vias de tráfego estarão em um raio de seis quilômetros a partir do Centro da cidade e terão características que facilitam o tráfego, como três faixas de rolamento por sentido, estacionamento em ângulo de 45 graus, faixa central para ciclovia ou motovia e faixa exclusiva ou preferencial para ônibus. A elaboração do plano teve, segundo Cristiane, avaliação de universidades e de parte da sociedade.
Mais de 70 anos após a colonização, os motoristas londrinenses pagam o preço da falta de visão de futuro dos diretores ingleses. Documentos da época apontam que a cidade teria capacidade para abrigar 30 mil habitantes. Atualmente, com cerca de 460 mil moradores e um dos maiores índices de motorização do País, o trânsito londrinense reflete na prática o planejamento equivocado dos pioneiros.
O primeiro posto avançado da colonização, criado em 1925, recebeu o nome de Londrina - a pequena Londres - homenagem prestada aos empreendedores ingleses. Mais tarde, a 3 de dezembro de 1934, através do Decreto Estadual n º 2519, assinado pelo interventor Manoel Ribas, foi criado o município de Londrina.
O depoimento de 1972 do engenheiro Alexandre Rasgulaeff, então contratado pela Paraná Plantations, apontava o equívoco. ''A cidade é mal projetada, mas a culpa não é minha. Quando projetei a cidade com as avenidas de 30 metros e as ruas de 24 e apresentei a planta, o presidente daquele tempo, General Asquith falou: nós vamos levar a planta para estudo na Inglaterra e depois de lá você recebe ordem de executar, e veio a ordem que esse Alexandre é louco, pois não convém uma cidade no meio do mato ter avenidas com 30 metros de largura e ruas com 24 metros. Quem vai construir as ruas e pagar os impostos? Nós. Então mandaram diminuir: ruas com 16 metros e avenidas com 24 metros.''
Atualmente, o ®MDNM¯Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) está desenvolvendo um Plano de Adequação Viária, no intuito de planejar o trânsito londrinense para os próximos anos. Para a gerente de projetos de sinalização e controle viário do Ippul, Cristiane Biazzono Dutra, o sistema viário da cidade é acanhado. ''As vias de rodagem de até nove metros de largura foram planejadas para uma cidade de apenas 50 mil habitantes, praticamente um décimo da população londrinense atual'', constata. A nova legislação estabelece a construção de vias de 15 metros de largura, prevendo aumento do tráfego.
A idéia principal do projeto é tirar os eixos principais de deslocamento de veículos da Área Central da cidade. As vias de tráfego estarão em um raio de seis quilômetros a partir do Centro da cidade e terão características que facilitam o tráfego, como três faixas de rolamento por sentido, estacionamento em ângulo de 45 graus, faixa central para ciclovia ou motovia e faixa exclusiva ou preferencial para ônibus. A elaboração do plano teve, segundo Cristiane, avaliação de universidades e de parte da sociedade.