A abertura de concorrência pública para a venda de três grandes terrenos da Companhia de Habitação de Londrina (Cohab), marcada para a próxima terça-feira (19), deverá ser suspensa após questionamentos dos vereadores ao presidente da Companhia, José Roberto Hoffmann, durante a sessão desta quinta-feira (14) do Legislativo.
Autora do convite feito a Hoffmann, a vereadora Lenir de Assis (PT) alertou os demais vereadores sobre a possibilidade de venda de três grandes áreas na Zona Oeste, que foram transferidas pelo município à Cohab por meio da lei 10.607/2008, a título de aumento de capital.
A vereadora lembrou que, em seu artigo segundo, a lei prevê a implantação de unidades habitacionais nestes imóveis sob a responsabilidade da Cohab. Além disso, ela questionou os valores mínimos do metro quadrado estabelecidos no processo de concorrência, que vão de R$ 82,00 a R$ 89,00. "Aparentemente são valores desatualizados por tratar-se de áreas de grande valorização imobiliária", argumentou Lenir de Assis.
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Problema de caixa
O presidente da Cohab informou que a venda dos três terrenos - que apresentam áreas de 25,3 mil metros quadrados, 21,5 mil metros quadrados e 36 mil metros quadrados - foi a alternativa encontrada pela Companhia para recompor o caixa, que enfrenta um déficit mensal de aproximadamente R$ 200 mil, em função dos altos valores que vêm sendo gastos com a regularização de desapropriações feitas à época da implantação dos Conjuntos José Belinati (Zona Norte) e Jardim Monte Cristo (Zona Leste).
Hoffmann admitiu não conhecer o artigo da lei que obriga a implantação de unidades habitacionais na área incorporada ao patrimônio da empresa em 2008, informando também que a última avaliação dos terrenos objeto da concorrência foi realizada há dois anos.
Por sugestão do vereador Jamil Janene (PP), que integra a Comissão de Avaliação de Bens do Município, os valores serão atualizados. "Vamos suspender o processo licitatório para reavaliação do valor das áreas e estudar as questões jurídicas relativas à lei", admitiu o presidente da Cohab, ao final do encontro. Segundo ele, em torno de R$ 7 milhões seriam arrecadados com a venda das áreas.