Equipes do Corpo de Bombeiros de Londrina ainda estão trabalhando na manhã desta segunda-feira (19) atendendo ocorrências relativas a destruição deixada pelo forte temporal que voltou a atingir a cidade na tarde de ontem.
De acordo com o tenente Rodrigo Nakamura, do Corpo de Bombeiros, até a manhã de hoje já haviam sido atendidas 74 quedas de árvores, 11 destelhamentos e dois alagamentos. A maioria das ocorrências atingiu os bairros da região sul da cidade.
A região do Lago Igapó, um dos cartões postais da cidade, foi uma das mais atingidas, como mostra o vídeo enviado pelo internauta Gustavo Cassoto através do Bonde Repórter.
Leia mais:
Motociclista 'tiktoker' avança sobre repórter de tevê que rejeitou brincadeira de mau gosto em Londrina
Idosas do CCI Oeste se apresentam nesta quarta no Lar São Vicente de Paula em Londrina
Famílias de Londrina reclamam da comida servida aos detentos da PEL 3
Obra afeta distribuição de água em Londrina e Cambé nesta quarta-feira
Os bairros mais afetados foram Jardim Guanabara, Interlagos, Antares, Fraternidade e Centro. "Muitas árvores desabaram em vias públicas, carros e casas mas por sorte não deixaram pessoas feridas", relatou o tenente.
Segundo o tenente, o número de destelhamentos foi inferior ao ocorrido nos demais vendavais da semana passada e as próprias pessoas foram à Central do Corpo de Bombeiros buscar as lonas para cobrir suas residências.
"Ainda temos cerca de 46 árvores que estão na iminência de cair. Hoje, nossas equipes continuam trabalhando em conjunto com a Sema e a Copel", finalizou Nakamura.
Energia elétrica
As árvores derrubadas pelos fortes ventos que acompanharam o temporal de ontem à tarde, em Londrina e municípios vizinhos, deixaram pelo menos 14 postes quebrados e dezenas de cabos rompidos, informou agora pela manhã a assessoria de comunicação da COPEL.
Na noite de ontem (18), 35 mil domicílios estavam sem energia elétrica na região. Durante toda a madrugada, cinquenta equipes trabalharam e conseguiram reduzir este número a cerca de 3 mil unidades. Destas, 1,7 mil ficam em Londrina.
Eletricistas e técnicos continuam em campo para reparar os estragos, concentrados nas zonas Sul e Leste de Londrina e nos municípios de Ibiporã e Jataizinho, áreas mais severamente atingidas.
Por causa da grande demanda gerada pelos temporais que vêm atingindo a região desde o dia 11 de outubro, a Copel suspendeu o serviço de religação de urgência, mantendo apenas o prazo convencional.
Prejuízos
Para o presidente da Cohab/Londrina e coordenador da Defesa Civil, João Verçosa, o temporal de ontem foi ainda mais destruidor do que o evento registrado em 13 de outubro, que derrubou muitas árvores e destruiu casas na zona norte.
"Naquela ocasião caíram pouco mais de 200 árvores. Ontem, o número foi bem maior. Só na margem do Igapó 2, ao lado da Rua Bento Munhoz da Rocha Neto, 70% das árvores caíram. Acredito que a mata o Igapó foi um quebra-vento natural para impedir que o vento destruísse prédios e casas da outra margem do lago", comentou João Verçosa em entrevista ao Bonde.
Segundo ele, a maior parte das árvores que caiu naquele local eram eucaliptos, bastante saudáveis. "Isso demonstra a força e a violência do vento". O coordenador da Defesa Civil lembrou que as vias próximas ao Igapó estavam interditadas ontem, como tem ocorrido nos finais de semana. "Os estragos poderiam ter sido piores".
Verçosa também relatou que houve queda de árvores sobre linhas de transmissão e fios de alta tensão. "Também caiu uma torre de transmissão de dados via internet da rede municipal de educação próximo à Universidade Federal Tecnológica (no Conjunto Alexandre Urbanas - zona leste)".
Em Ibiporã
Em Ibiporã, cidade também atingida pelos últimos vendavais, o Corpo de Bombeiros atendeu mais de 140 ocorrências. "Esse número ainda vai evoluir: já atendemos queda de árvores, de fiação, destelhamentos e alagamento em casa, mas também em escolas e prédios públicos", afirmou o cabo Gaspar, do Siate de Ibiporã.
Um agravante do problema, segundo o cabo, é que muitas pessoas ainda não haviam reconstruído suas casas dos últimos temporais. "Alguns moradores já enfrentam novos prejuízos sem ter reparado os danos do último temporal".