Uma sala completamente ocupada por cobertores. Até o teto, todos estão limpos e prontos para o uso. Malas com roupas de cama higinizadas, bem dobradas e perfumadas. Um incontável número de absorventes e itens de higiene para mulheres. Rodos, vassouras, água sanitária, lã para artesanato, água mineral, balas e até um porta-joias com um terço.
Esse é o nível dos artigos destinados para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul e que estão sendo preparados para a próxima entrega. Solidariedade, empatia e a ação voluntária tem feito a diferença perante a cenário de catástrofe e uma corrente de ações positivas segue ativa para que as doações prossigam, dada a gravidade da situação.
Caixas de papelão, fitas adesivas para fechar sacolas, canetas do tipo pincel são usadas o tempo todo e quem puder, pode doar. A voluntária Sônia Aparecida Delmonaco reservou grande parte de seu sábado para realizar a triagem das roupas que são doadas na Defesa Civil de Londrina.
Leia mais:
'Tenham orgulho da sua cidade', afirma Tiago Amaral, prefeito eleito de Londrina
Aniversário de Londrina terá atrações culturais; confira a programação
Da tradição do café ao cinema: os ciclos da economia de Londrina
Representantes do poder público e sociedade civil projetam futuro de Londrina
"Existe um cuidado imenso das pessoas ao doar e isso nos dá alegria. Essa mala inteira aqui é só roupa de cama. Boa, limpa, cheirosa e toda dobradinha", comenta.
De um lado, roupas infantis separadas por idade, tamanho, de menina ou de menino. Em uma caixa, as de bebês. Feminina verão, masculina inverno. Com praticidade e organização, Delmonaco agiliza o seu trabalho com foco no destino de quem as aguarda.
O modo carinhoso como as doações chegam são valorizado por ela, pois demonstram que existe realmente bondade e respeito nessa hora de tantas perdas.
A servidora pública Renata Ramos tem atuado com distinção em prol do Rio Grande do Sul e, sem querer publicidade sobre, faz a entrega do dia com todas as identificações no posto de arrecadação da Joaquim de Mattos Barreto.
Ao saber que há uma voluntária em ação, junta-se a ela. Feito formiguinhas, abrem sacolas, dobram peças e se alegram com os artigos em excelente estado de conservação. Há doações que já chegam totalmente prontas. Em sacos etiquetados, com numeração e, ainda assim, fazem a devida conferência e somam o pacote ao nicho certo.
A estudante Maria Eduarda, cinco anos, também marcou presença em uma das bases de entrega de doação neste sábado (18). Na companhia de seus pais, deixou o que separou recentemente para a população gaúcha.
Sua mãe, a autônoma Juliane Nagao relata que foi um momento especial em sua casa enquanto faziam as separações. A caixa de roupas de Duda, como é chamada, continha desenhos e mensagens. "Vamos trazendo aos poucos", completa a mãe.
Contagiadas, contam que há mais para vir. "Brinquedos. Temos muitos brinquedos bons em casa e que vamos entregar. A escola onde ela estuda e também onde faz natação estão em campanha e considero que diante de todo o sofrimento que estão passando, nosso gesto é o mínimo que podemos fazer", reflete.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: