O dentista Ewérton Cangussu, 36 anos, é um dos frequentadores diários da área verde à margem do Lago Igapó 2, entregue à população na última semana do ano passado. Enquanto as pernas vão vencendo os 2,4 mil metros da trilha de caminhada, o profissional liberal se lembra das manifestações iniciadas em 1999, quando o local não era urbanizado e era mais um ponto de insegurança do que um trunfo para a região do Parque Guanabara (zona sul). Depois que a temporada das faixas e dos gritos acabou, as obras começaram e acabaram, o local se tornou ponto de encontro dos moradores.
''Apesar da altura das luminárias, que poderia ser maior, estamos muito contentes. Quando se vê gente da cidade inteira lá, dá um orgulho imenso'', resume Cangussú, presidente da Associação de Moradores de Altos do Igapó que, além do Guanabara, congrega também residentes dos jardins Bela Suíça, Cláudia, Quinta da Boa Vista, Residencial do Lago e Gleba Palhano.
''É muito comum o freguês dizer que está vindo de uma caminhada no lago. As pessoas parecem até mais dispostas'', lembra o comerciante e estudante de Administração de Empresas, Fernandes Osires, 19. Ele trabalha em um dos estabelecimentos do Centro Comercial Guanabara, um local que traduz bem o clima aconchegante do bairro. Osires lamenta não ser ainda um morador da região. ''É um bairro de gente boa, tranquilo, pertinho do centro. Gostaria muito de morar aqui um dia. Quem sabe?''.
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O novo Igapó 2 acrescentou qualidade de vida a um bairro onde os moradores já viviam mais satisfeitos do que a média dos londrinenses. Mas os moradores já abraçaram outra causa para os próximos meses. A Escola Municipal Norman Prochet, de ensino fundamental, localizada na Rua Montevidéu, se tornou bandeira da Associação de Moradores.
''É uma ótima escola pública mas a infra-estrutura está muito deteriorada. É necessário uma remodelação completa do prédio e da área externa'', defende Cangussu. Ele espera que, já no próximo ano letivo, a escola, inaugurada em 1968, esteja com instalações novas.
O líder comunitário baseia sua esperança no fato do bairro ter ''colaborado'' recentemente com a Secretaria de Educação, que decidiu construir um auditório em um terreno baldio de 755 metros quadrados ao lado da escola. ''Abrimos mão da área onde planejávamos construir uma quadra. Levamos em consideração que seria uma obra que beneficiaria toda a cidade e, por isso, concordamos. Esperamos, agora, uma contrapartida''.