Os moradores reclamam do mau cheiro, da sujeira e do barulho. Segundo eles, o incômodo é causado pelas carretas carregadas de porcos, que debaixo do forte sol ou da chuva, ou até mesmo durante a noite e a madrugada, ficam estacionadas por até 50 minutos na avenida Antônio Capello, no Jardim Maria Lúcia, zona oeste de Londrina. Quem vive na via afirma que a situação é insuportável. Enquanto aguardam a liberação da empresa de alimentos de carne suína, as fezes dos animais ainda escorrem pelas carrocerias do veículo e se acumulam na rua, atraindo moscas e bichos.
"A situação é insalubre. Os porcos urinam, fazem cocô debaixo do sol forte e atraem os mosquitos. O morador não consegue se alimentar por causa do forte cheiro. Os bichos ainda gritam de dor e acordam quem dorme", diz Amanda Mazoli, que mora a poucos metros do portão. Ela diz que o bairro é residencial e que o procedimento pode ser ilegal. "A princípio só poderiam estacionar em área industrial. A antiga entrada ficava na outra rua (Walter Pereira), que pode até estar numa área industrial. Há um ano, passaram a usar o portão da avenida Antônio Capello, que está em uma área residencial. Aqui só há casas", reforça Amanda.
Segundo ela, os caminhões não têm hora, nem dia para chegar. "De início, apareciam apenas três vezes por semana. Agora, não tem dia e chegam até de madrugada. Com maior frequência aos domingos e feriados", detalha. "Os caminhoneiros param em frente ao portão. Como o portão da empresa não é aberto rapidamente, eles continuam buzinando e depois estacionam na rua por 40, 50 minutos. Pedimos para retirarem os caminhões, mas os motoristas acham ruim", lamenta Amanda.
Leia mais:
UEL seleciona bolsistas para o programa Estudante Empreendedor
Confira o cardápio do Restaurante Popular de Londrina desta quarta-feira
Falecimentos dos dias 10 e 11 de dezembro de 2024 em Londrina e região
'Tenham orgulho da sua cidade', afirma Tiago Amaral, prefeito eleito de Londrina
O pedreiro Jair Anastácio destaca que as fezes dos animais escorrem pelas carrocerias da carreta e se acumulam na rua, atraindo várias moscas para o local. Outra moradora, que reside em frente ao portão, relata que os animais não são mortos na empresa da zona oeste. "Neste local apenas determinam o peso dos porcos. Eles são retirados novamente, transportados e mortos em outro lugar", detalha a moradora, que pediu para não ter o nome divulgado. Segundo ela, os caminhões também quebram as calçadas das casas ao manobrarem. Alguns moradores instalaram vigas em frente aos imóveis para evitar o avanço dos "brutos".
Confira como reclamar
A reportagem enviou a situação para a Secretaria Municipal do Ambiente (Sema). A gerente de fiscalização da Sema, Graziella Santana Damante, informou que foi gerado o Protocolo SIP nº 87751/2017, que pode ser acompanhado pela população. "Além de abrir uma denúncia, nossos fiscais vão até o local monitorar a situação. Qualquer queixa deve ser encaminhada pelo telefone 3372-4770, de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h. Fora deste horário, o contato pode ser feito para a Guarda Municipal: telefone 153." Por meio de telefonemas, a reportagem também tentou ouvir a empresa alvo das reclamações, porém nenhum responsável foi encontrado para comentar a situação na última quinta-feira (7).
Segundo o médico veterinário Valmor Venturini, da Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, a reclamação também pode ser formalizada pelo site da Prefeitura: www.londrina.pr.gov.br. "No lado esquerdo da página fica o ‘Fale com a Prefeitura Ouvidoria’. Ao clicar, o reclamante abre a página ‘Denúncia’. Nela poderá detalhar a ocorrência. O caso é avaliado e, caso seja de responsabilidade do município, a pasta recebe a solicitação e tem cinco dias para esclarecer o problema", explica Venturini.
As pessoas ainda podem se deslocar até a Vigilância Ambiental, na avenida Martiniano do Valle Filho, 480, região leste de Londrina. No local é possível registrar o protocolo de atendimento, entre 8h e 13 horas. O telefone da Coordenadoria de Saúde Ambiental é 3372 9407.