Uma fila de quase um quilômetro de carros, caminhões, motos e tratores marcou, nesta quinta-feira de manhã, o protesto de produtores e moradores do distrito de Lerroville, zona sul de Londrina.
Como haviam prometido os organizadores, a manifestação foi pacífica, o barulho se resumiu em buzinas, ronco de motores e rojões soltos durante o percurso de 15 quilômetros.
''Não queríamos confusão, mas a sensibilização do governo sobre a necessidade do asfaltamento da estrada'', justificou Manoel do Carmo Chimenes. Apesar do tamanho da fila, eles disseram que as boas condições do tempo para o plantio do trigo impediu a participação de mais produtores.
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Representantes das 12 comunidades que compõem o distrito foram se encontrando nos cruzamentos das estradas rurais secundárias. Os manifestantes cortaram a avenida principal do distrito.
O comércio, em apoio ao protesto, não abriu as portas. A fila de veículos seguiu até o trevo com a PR-445, onde policiais rodoviários organizaram a passagem de retorno dos manifestantes pela rotatória da rodovia.
Participaram do protesto até mesmo aos alunos da zona rural, que atrasaram a chegada à escola para que os ônibus que os transportavam permanecessem na fila. ''As péssimas condições da estrada interfere até na produtividade das crianças na escola'', observou o presidente da Associação dos Moradores, Sidnei Carraro.
O produtor Manoel Chimenes, que integra o conselho da escola, citou o elevado índice de reprovação registrado no ano passado. Segundo ele, 83 dos 400 alunos da escola reprovaram - 63 deles eram da zona rural.
Os cafeicultores Deolindo Cotelo e Evaldo Parra reclamavam das dificuldades que enfrentam no transporte dos bóias-frias. ''Não dá para comprar carro bom. corremos o risco de um acidente com esses trabalhadores''.
As lavouras de café da comunidade da Limeira, segundo eles, é que garantem pelo menos oito meses de emprego aos trabalhadores rurais do distrito. ''Se não sair a estrada é melhor arrancarmos os cafezais'', ameaçaram.
Na próxima segunda-feira, os líderes do movimento esperam ser recebidos novamente pelo prefeito Nedson Micheleti (PT).
Eles pretendem entregar um abaixo-assinado com 1.500 assinaturas colhidas em todas as comunidades e cobrar o levantamento da auditoria do município sobre um recurso que, de acordo com os produtores, teria sido liberado em 1992 para a obra. ''O asfalto é um luta de todos'', arrematou o produtor Fábio Gonçalves dos Anjos.
A assessoria do prefeito informou que apesar da visita não estar agendada e dos compromissos já assumidos, Nedson estará à disposição dos moradores do ditrito. Ainda segundo a assessoria, o levantamento do projeto de asfaltamento está sendo feito, mas pelo tempo em que ocorreu exige mais alguns dias de pesquisa.