A Empresa de Saneamento do Paraná (Sanepar) em Londrina já foi multada em R$ 1,160 milhões, desde janeiro de 2001, pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema).
A empresa, que sempre recorreu das multas, foi acionada mais de 20 vezes por esses dois órgãos de defesa do meio ambiente por causa de rompimentos na rede e lançamentos de esgoto e outros poluentes em mananciais de água da cidade.
O IAP formalizou três autuações com multas contra a Sanepar nos três últimos anos. Em dezembro de 2001, houve rompimento da rede que poluiu o ribeirão Quati, na zona norte. A multa de R$ 80 mil foi triplicada porque a empresa era reincidente.
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Os problemas ao meio ambiente provocados pelas tubulações da Sanepar também deram trabalho para a Sema. Segundo o assessor João Batista de Souza, em 2001 foram 10 notificações. Algumas delas, porém, foram canceladas porque os laudos não conseguiram apurar a extensão do dano. As multas somaram R$ 320 mil. No ano passado, a Sanepar foi autuada outras três vezes.
Neste ano, a Sanepar já foi notificada três vezes e sofreu duas autuações, incluindo o vazamento de esgoto no Córrego Baroré (Lago Igapó 4) e o derramamento de sulfato ferroso no Córrego Água Fresca - este último deve ter multa pesada porque houve mortandade de peixes.
O chefe regional do IAP, Ney Paulo, comentou que empresa está sendo negligente. ''A Sanepar tem todo o direito à defesa mas não pode continuar tão negligente como está''. Ele não concorda que as autuações não surtam o efeito desejado.
''As multas não têm pouco efeito prático porque vão progredindo'', disse garantindo que o órgão estadual de defesa ambiental não aceita as defesas com facilidade. Ney Paulo afirmou ainda que a política do IAP e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente é de que a empresa que polui tem que recuperar o dano causado.
O gerente de operações da região metropolitana da Sanepar, Nelson Okano, afirmou que o problema de vazamentos e transbordamentos não estão ligados às dimensões da rede mas sim a entupimentos. A população usuária, segundo ele, acaba jogando detritos e objetos que interrompem o fluxo normal dos dejetos e provocam os transbordamentos nos chamados pontos de visita.
''Noventa e nove por cento dos casos acontecem por causa disso'', justificou Okano. Ele descartou qualquer possibilidade de que a rede de captação esteja deficiente. Ele explicou que as tubulações têm o diâmetro de 15 centímetros e está dimensionada para trabalhar com a metade dessa capacidade.
Ele detalhou que a rede trabalha por gravidade e a tubulação tem que ser compatível com a vazão. ''Se aumenta a vazão, os dejetos ficam parados na tubulação'', afirmou.
Okano alegou que não tinha condições, no momento, de apontar quanto já foi pago do total de multas apurado, mas disse que a empresa já doou R$ 20 mil em equipamentos para a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e já investiu em um projeto para recuperação da Bacia do Cafezal.
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