O mexilhão-dourado, molusco originário da Ásia, tem se multiplicado no Lago Igapó e barragens. Por conta disso, a Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) e a Patrulha das Águas vão encomendar um estudo para os departamentos de Biologia de algumas universidades, a fim de estudar o impacto da presença dos animais nos lagos de Londrina.
Segundo o secretário municipal do Ambiente, Gilmar Domingues Pereira, na tarde de hoje (3), às 16 horas, será realizada uma reunião na sede da Sema, com o ambientalista João das Águas. O objetivo é articular uma visita aos lagos para verificar exatamente onde existe a presença dos mexilhões. "Já identificamos uma presença marcante destes moluscos no Lago Igapó 1 e barragem e no lago do Parque Arthur Thomas. Além disso, já há relatos que eles estejam também no Lago Igapó 2", contou.
O mexilhão-dourado tem grande capacidade de reprodução e dispersão e se espalha com rapidez, porque praticamente não tem predadores na fauna brasileira para fazer o controle biológico da espécie. Pereira explicou que nos lugares onde os animais se concentram a água fica mais cristalina, mas isso não significa que seja positivo para o meio ambiente.
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"O mexilhão-dourado é um animal filtrador, mas embora aparentemente isso pareça ser bom, não sabemos quais serão os malefícios que o animal poderá causar ao meio aquático ao término de seu ciclo de vida. Por isso queremos fazer este estudo, o mais rápido possível, para identificarmos o tipo de impacto que a presença deles pode acarretar no futuro, além de fazer o controle da espécie", disse o secretário do Ambiente.
Uma reunião com os representantes dos departamentos de Biologia das universidades deverá ser agendada para a próxima semana, para discutir o caso. No momento, o município, por meio da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), está fazendo a remoção mecânica dos animais, com escavadeiras, principalmente na barragem do Lago Igapó 1, onde há uma concentração maior do molusco.
Dentre os prejuízos que o animal pode causar ao meio ambiente, estão: destruição da vegetação aquática, entupimento de canos e dutos de água, esgoto e irrigação, e a mortandade de peixes, pois alguns deles acabam ingerindo o molusco e podem morrer de indigestão, já que o animal é difícil de digerir.
Segundo o ambientalista e diretor da Patrulha das Águas, João das Águas, nos lugares onde há concentração do mexilhão-dourado, é notória a diminuição das algas. "Também percebemos a elevação do nível das águas, na barragem do Lago Igapó 1. A presença destes animais estava chamando a atenção da Patrulha das Águas há algum tempo, então nos unimos à Sema para discutirmos a situação", enfatizou.