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Em Londrina

Nelson Faneco, há mais de 60 anos servindo as pessoas em Londrina

Rodolfo Salloum - Estagiário*
23 ago 2019 às 17:14

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- Rodolfo Salloum/Grupo Folha
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Por quanto tempo você acha que é possível trabalhar em um lugar? Um ano? Dois anos? Ou quem sabe 50 anos e ainda se aposentar e continuar trabalhando?

Pois é. Essa é a realidade de Nelson Faneco, garçom do tradicional restaurante Rodeio que fica no centro de Londrina.

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Nascido em Londrina em 10 de agosto de 1939, na fazenda Mister Thomas, ele é um dos profissionais de maior experiência na ativa até hoje. Ao todo, são mais de 60 anos dedicando a vida ao ofício de garçom.

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Antes de trabalhar na profissão, Faneco lembra que tentou ser alfaiate, mecânico. Mas em 1958 entrou para o ofício no estabelecimento que ficava na antiga rodoviária da cidade e que hoje é o Museu de Arte de Londrina.

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"Comecei nessa profissão servindo sanduíches no bar Lavoura, que ficava na rodoviária e, com os anos, fui me aperfeiçoando. Saí do Lavoura, fui trabalhar no bar e confeitaria Pérola, depois fui tocar o bar Chupim na Duque de Caxias e, em 1969 comecei aqui no Rodeio, onde realmente aprendi o ofício, aprendi a servir o à la carte. Fui contratado pelo senhor Stefano, que era dono do restaurante, e fiquei no período de experiência por 30 dias. Foi passando o tempo e estou aqui até hoje", comenta.


Rodolfo Salloum/Grupo Folha
Rodolfo Salloum/Grupo Folha


Os clientes, para ele, são como amigos, pessoas que ele quer bem. Muitas personalidades políticas da história nacional, além de artistas, foram servidos por ele. Entre os nomes dos famosos está o de Ulysses Guimarães, presidente da Câmara dos Deputados que veio a Londrina em 1989, durante a campanha presidencial após a redemocratização.

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No último dia 10 de agosto, Faneco completou 80 anos. E quando indagado se pretende parar, ele fala firme e diz um sonoro "não", mesmo trabalhando em dois períodos no restaurante, terminando a jornada por volta da meia noite.


"Não penso em parar, se eu parar vai ficar difícil. Eu não sei ficar parado, me sinto muito feliz trabalhando e também na vida, sempre rodeado pelas minhas cinco filhas, sete netos e quatro bisnetos", destaca.

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A proprietária do restaurante, Maria da Glória Antunes Dessunti, 61, afirma que conhece Faneco desde quando ele começou a trabalhar no estabelecimento.


"Trabalhamos praticamente desde quando ele entrou aqui, já que o restaurante passou por outros familiares nossos. Ele é muito querido por todos: quando ele sai de férias ou de folga, os clientes chegam e ele não está, eles perguntam: 'onde está o Nelson?' Aí, temos que explicar que ele está de folga ou de férias", ressalta.

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Além da vida ativa no trabalho, a vida pessoal dele também é. Do alto de suas oito décadas de vida, o garçom dirige e diz que gosta de ouvir boas músicas, como as mexicanas.


"Eu ainda dirijo meu carro, devagar, mas dirijo, pois sofri um acidente que me imobilizou por um tempo. Então, quando um neto anda comigo mais rápido, eu sempre falo: "vai devagar!". Criei essa precaução. Vou renovar minha carta, ou melhor tentar (risos). Gosto de ouvir música, porém, música boa, diferente dessas músicas de hoje".

*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.


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