A dona de casa londrinense Marilene dos Santos, 40 anos, ficou assustada ao saber que quase metade do preço da casa popular corresponde a somatória de impostos. ''É um absurdo, não sabia que era tudo isso'', disse, enquanto olhava para o cartaz que informava os números exatos: dos R$ 45 mil cobrados pela moradia, R$ 22.049,00 são referentes a taxas. Essa e outras informações sobre a pesada carga tributária brasileira foram passadas aos que circulavam, ontem de manhã, pelo Calçadão de Londrina, durante o 1º Feirão do Imposto.
Quem ainda não tinha idéia sobre quanto os tributos representam nos preços das mercadorias pôde conferir os valores exatos em um panfleto distribuído por contadores da cidade. Em produtos como leite longa vida, por exemplo, o peso dos impostos passa de 30%; no xampu, ultrapassa os 50% e na cerveja fica em 56%. Até em um simples cafezinho a taxa é alta: 36,52% do valor pago vão para o governo. E os impostos não se restrigem aos itens do supermercado. O cidadão paga nada menos do que 70 tributos referentes aos mais diversos serviços prestados.
Com esses dados, alguns contadores tentavam sensibilizar as pessoas para a importância da conscientização. ''Os impostos não seriam tão onerosos se a população pudesse usar ônibus e tivesse acesso a escola e à saúde. Existem países, como Suécia e Canadá, onde a carga tributária é mais cara que a brasileira, mas a pessoa tem filhos em boas escolas públicas e um sistema de saúde que funciona'', argumentou o presidente do Sindicato dos Contabilistas, Wilian Aparecido Gimenez.
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Folha de Londrina